Agência France-Presse
postado em 07/08/2013 09:07
Tóquio - A água contaminada da central nuclear de Fukushima que chega ao mar é um problema "urgente" e as autoridades reforçarão as atividades para solucionar a questão, anunciou o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. "Estabilizar a central de Fukushima é nosso desafio. E, em particular, a água contaminada representa um problema urgente que provoca muita inquietação entre a população", explicou Abe durante uma reunião de um comitê de crise governamental sobre o tema.O problema mais grave enfrentado há várias semanas pela empresa Tokyo Electric Power (Tepco) é impedir que a água subterrânea contaminada pela forte radioatividade alcance o Oceano Pacífico. Nesta quarta-feira (7/8), uma fonte do ministério da Indústria (METI) afirmou à AFP que um novo vazamento de água radioativa para o oceano foi detectado recentemente.
"Segundo nossas estimativas, aproximadamente 300 toneladas de água escapam todos os dias. No entanto, não é certo que a água seja altamente radioativa. Nós pensamos que este vazamento dura dois anos", disse a fonte. A Tepco, que luta desde março de 2011 para enfrentar as consequências do terremoto e tsunami que afetaram a central nuclear de Fukusima Daiichi (220km ao nordeste de Tóquio), teve que admitir pela primeira vez no fim de julho que parte da água contaminada vazava para o mar.
Abe, que pediu ao ministério da Indústria a adoção de medidas rápidas e eficazes, anunciou que o Estado participará a partir de agora no financiamento da gestão do problema da água contaminada. O Japão, ao lado das empresas de energia elétrica do país, destinou quase 3,8 trilhões de ienes (cerca de 30 bilhões de euros) a um fundo criado para apoiar a Tepco na administração da catástrofe. O dinheiro foi usado até agora na proteção da central e para indenizar mais de um milhão de pessoas afetadas.
A autoridade responsável pela regulação do setor nuclear do Japão, que anunciou no fim de julho uma investigação sobre as causas do vazamento de água contaminada no subsolo da central, ordenou na sexta-feira que a Tepco acelere os trabalhos de contenção da água.