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Emboscada lançada contra rebeldes sírios deixa pelo menos 62 mortos

O exército do regime, por sua vez, informou que os mortos eram membros da frente jihadista Al-Nusra

Agência France-Presse
postado em 07/08/2013 15:10
DAMASCO - Os rebeldes sírios sofreram um duro revés nesta quarta-feira (7/8) na emboscada lançada pelas forças do regime que deixou 62 mortos, em um momento em que a Anistia Internacional informou sobre a destruição de grande parte de Aleppo, a segunda maior cidade da Síria.

As forças do governo mataram ao menos 62 insurgentes em uma emboscada perto de Damasco, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

O exército do regime, por sua vez, informou que os mortos eram membros da frente jihadista Al-Nusra. "Pelo menos 62 rebeldes caíram como mártires, a maioria deles jovens, e outros oito estão desaparecidos após uma emboscada por forças do regime durante a madrugada perto da cidade industrial de Adra", a nordeste de Damasco, informou o grupo de monitoramento.



Uma fonte militar citada pela agência de notícias estatal Sana disse que "o exército realizou uma emboscada contra um grupo de terroristas pertencentes à Frente Al-Nusra que estava tentando se infiltrar na Ghouta Oriental e atacar um posto militar". "Todos os terroristas foram mortos e suas armas foram capturadas", acrescentou a fonte, sem fornecer um balanço.

Adra, a 35 quilômetros de Damasco, é a porta de entrada para a Ghouta Oriental, uma região agrícola onde muitos rebeldes estão baseados. No dia 21 de julho, 49 rebeldes foram mortos em combates com as forças do regime em Adra, disse o Observatório, baseado na Grã-Bretanha.

Enquanto isso, o grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional divulgou um relatório afirmando que bairros inteiros da cidade de Aleppo foram destruídos ao longo do ano passado, com os moradores sendo bombardeados pelo ar e atacados em terra. "Aleppo foi totalmente devastada, com seu povo fugindo da violência em grande número", disse Donatella Rovera, consultor sênior de resposta a crises da Anistia.

O relatório foi divulgado ao mesmo tempo em que o grupo, com sede em Londres, transmitia imagens de satélites de diversos distritos de Aleppo tiradas antes e depois de confrontos entre as forças governamentais e os rebeldes.

As imagens fazem parte de uma análise da Anistia sobre o impacto da guerra civil na cidade, que era o centro comercial da Síria e que se localiza no norte do país. Elas mostram "tendências alarmantes sobre como o conflito está sendo travado: com total desrespeito às regras do direito internacional humanitário, causando extensa destruição, mortes e deslocamentos", disse a Anistia.

Aleppo se tornou um campo de batalha em julho do ano passado, quando combatentes da oposição de zonas vizinhas organizaram uma ofensiva. Desde então, a cidade afundou em confrontos sangrentos, e atualmente grande parte do leste de Aleppo está nas mãos dos rebeldes, enquanto o oeste permanece sob o controle do exército.

Batalhas diárias ainda estão sendo travadas no local, embora grande parte da destruição tenha sido causada por "uma campanha de bombardeio aéreo indiscriminado" realizada por partidários do presidente Bashar al-Assad, disse. Os civis que vivem em áreas controladas pela oposição sofrem diariamente, tanto de bombardeios lançados pelo governo quanto de abusos por parte de alguns grupos da oposição, acrescentou o relatório.

"Inúmeros civis", informou, foram "mortos e mutilados", pelos bombardeios do governo. "As forças governamentais têm bombardeado de forma implacável e indiscriminada áreas sob o controle da oposição em toda a Síria, com civis sendo, por fim, os alvos de tais ataques, e sendo submetidos ao mesmo tempo a abusos de alguns grupos armados de oposição", disse a organização.

Muitas pessoas deslocadas, especialmente para áreas sob controle rebelde, "recebem pouca ou nenhuma ajuda internacional, em parte porque estão em áreas perigosas e de difícil acesso e também devido às restrições impostas pelo governo sírio".

A Anistia Internacional reiterou sua demanda de que o caso sírio, que acredita-se que tenha custado mais de 100.000 vidas ao longo dos últimos 28 meses, seja encaminhado ao Tribunal Penal Internacional.

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