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Dois pilotos da companhia Turkish Airlines são sequestrados no Líbano

O sequestro dos libaneses na Síria foi reivindicado por Abu Ibrahim, um homem que diz ser membro do Exército Sírio Livre

Agência France-Presse
postado em 09/08/2013 08:55
Beirute -Dois pilotos da companhia aérea Turkish Airlines foram sequestrados nesta sexta-feira (9/8) por homens armados quando partiam do aeroporto de Beirute, indicou à AFP o ministro do Interior, Marwan Charbel. Segundo fontes próximas ao governo, quatro homens armados sequestraram dois cidadãos turcos, que foram identificados como Murat Akpinar e Murat Agcar, quando o ônibus no qual viajavam se dirigia do aeroporto ao hotel. As outras sete pessoas presentes não foram sequestradas.

Após sequestro de pilotos, soldados do exército libanês patrulham a estrada que leva ao aeroporto internacional de Beirute
O ministro libanês do Interior disse ter falado com o embaixador da Turquia em Beirute e indicou que uma investigação foi aberta e que o condutor do ônibus havia sido interrogado. Segundo a conta oficial do Twitter do ministério turco das Relações Exteriores, o chanceler turco Ahmet Davutoglu conversou por telefone com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, e com o presidente do Parlamento, Nabih Berri. "Mikati e Berri expressaram sua tristeza diante deste incidente e afirmaram que tomaram todo tipo de medidas para a libertação dos pilotos", acrescentou o ministério.

Por sua vez, Mikati indicou à AFP que durante a conversa com Davutoglu condenou este ato e disse que será feito todo o possível para identificar os sequestradores e libertar os dois pilotos turcos. "Também disse a ele que levamos adiante todos os contatos necessários em matéria de segurança, sobretudo depois que as famílias dos reféns (libaneses) desmentiram qualquer envolvimento no sequestro", acrescentou o primeiro-ministro.

Após este sequestro, soldados do exército libanês foram mobilizados no setor e na estrada onde ocorreu o sequestro. O embaixador da Turquia em Beirute, Inan Ozuldiz, afirmou seguir o incidente de perto e trabalhar junto "com as partes libanesas para libertar os dois homens", em declarações à rede de televisão turca.



A Turquia convocou seus cidadãos a sair do Líbano depois após o sequestro. "Levando-se em conta a situação atual, para nossos cidadãos será conveniente evitar, salvo imperativo vital, qualquer viagem ao Líbano", declarou o ministério das Relações Exteriores turco em um comunicado divulgado em seu site. "Sugerimos aos nossos cidadãos que ainda estão no Líbano que retornem à Turquia se puderem, ou, se permanecerem, que tomem todas as medidas para sua segurança pessoal e que tenham cuidado", acrescenta o texto.

O comunicado afirma que as autoridades turcas esperam que o governo libanês "tome todas as medidas para a segurança dos cidadãos (turcos) que vivem no Líbano". Este rapto pode estar vinculado ao desaparecimento na Síria de nove libaneses xiitas cujas famílias pedem que o governo turco utilize sua influência com os rebeldes sírios para obter sua libertação.

Em maio de 2012, nove libaneses xiitas foram sequestrados na cidade síria de Aleppo, um ato reivindicado por Abu Ibrahim, que disse ser membro do Exército Sírio Livre, um dos grupos rebeldes que lutam contra as forças do presidente Bashar al-Assad, mas este grupo negou qualquer envolvimento no crime. Os sequestradores não pediram resgate e disseram que os reféns eram membros do Hezbollah xiita libanês, que luta junto a Assad.

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