Agência France-Presse
postado em 09/08/2013 12:59
Cairo - Os partidários do presidente islamita deposto Mohamed Morsy, destituído pelo exército, participaram de novos protestos no Egito nesta sexta-feira (9/8), apesar das ameaças de uma iminente dispersão pela força das duas praças que ocupam há mais de um mês no Cairo. Depois da oração de sexta-feira, os manifestantes marcharam do centro da capital egípcia para a praça Rabaa al Adawiya, onde partidários de Morsy se entrincheiram há mais de um mês.Milhares de manifestantes também saíram às ruas em outras cidades do país, principalmente em Alexandria (norte) e Asiut (centro). Em Fayum (sul do Cairo), partidários de Morsy confrontaram a polícia, que jogou gases lacrimogêneos para dispersá-los, segundo fontes de segurança.
A Aliança contra o Golpe de Estado e pela Democracia, que reúne os partidários de Morsy, havia pedido, em um comunicado, o prosseguimento da "luta pacífica" com marchas na capital e em todo o país depois da grande oração desta sexta-feira (9). Segundo a Aliança, os partidários de Morsy estão dispostos a protestar "até o retorno ao poder do presidente".
Nos últimos dez dias a crise se agravou com o fracasso das tentativas de mediação internacional e o anúncio do governo interino, instaurado pelo exército, de que os protestos dos partidários de Morsy serão dispersados pela força após o fim do Ramadã, que terminou na quinta-feira.
Morsy, membro do movimento islamita da Irmandade Muçulmana, é o primeiro presidente egípcio eleito democraticamente. Foi deposto e detido pelo exército no dia 3 de julho, em resposta, segundo os militares, às expectativas de milhares de manifestantes que exigiam sua renúncia.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro interino, Hazem el-Beblawi, advertiu que "a situação está se aproximando do momento que nós preferíamos evitar".