Agência France-Presse
postado em 09/08/2013 16:33
WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta sexta-feira (9/8) uma revisão dos programas de vigilância do governo, admitindo crescentes preocupações com a privacidade dos cidadãos.
Obama disse que pedirá ao Congresso que reveja a polêmica seção da "Patriot Act" que permite a coleta de registros telefônicos, com o objetivo de possibilitar maior transparência. "Todos esses passos foram planejados para garantir que o povo americano possa confiar em que nossos esforços estejam alinhados com nossos interesses e valores", disse Obama, na entrevista coletiva. "E, para os outros em todo o mundo, quero deixar claro, mais uma vez, que os Estados Unidos não estão interessados em espionar as pessoas comuns", completou.
O presidente disse que pedirá ao Congresso para reformar a Seção 215 da "Patriot Act" (Lei Patriótica, em tradução livre), aprovada após os ataques de 11 de Setembro. A legislação dá ao governo acesso aos registros telefônicos e outras comunicações dos cidadãos americanos.
Ele também fez um apelo pelo início do debate nos tribunais que autorizam a vigilância. Agora, essas cortes atendem apenas aos pedidos do governo, sem ouvir contra-argumentos, como acontece em outras instâncias do Poder Judiciário americano.
Obama disse ainda que o governo pretende "desclassificar" documentos sobre a vigilância e que nomeará um corpo de especialistas independente para garantir o equilíbrio entre segurança e privacidade.
A polêmica sobre o tema aumentou nos Estados Unidos desde o vazamento sobre os programas de vigilância das comunicações eletrônicas da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) feito pelo ex-consultor de inteligência Edward Snowden.
Em coletiva de imprensa, o presidente afirmou que a Rússia aumentou retórica contra os EUA depois da volta de Putin e que não acredita que Snowden seja um patriota. Sobre os ataques terroristas, Obama disse que as redes regionais da Al-Qaeda ainda são ameaça. Nesta semana, o governo americano determinou o fechamento de pelo menos 19 embaixadas e consulados no Oriente Médio e na África por questões de segurança.
Obama disse também que os dois principais candidatos para chefiar o Federal Reserve (banco central, Fed), os economistas Janet Yellen e Larry Summers são altamente qualificados para o cargo. "O presidente do Federal Reserve não é apenas um dos mais importantes formuladores de políticas econômicas nos Estados Unidos, ele ou ela é um dos mais importantes formuladores de políticas no mundo", disse Obama a repórteres. "Acredito que tanto Larry Summers como Janet Yellen são candidatos altamente qualificados".