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"Redes regionais da Al-Qaeda ainda são ameaça", diz Obama em coletiva

Nesta semana, o governo americano determinou o fechamento de pelo menos 19 embaixadas e consulados no Oriente Médio e na África por questões de segurança

Agência France-Presse
postado em 09/08/2013 18:49

WASHINGTON -
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta sexta-feira (9/8) que a Al-Qaeda está enfraquecida, mas que suas redes regionais ainda são uma ameaça.

Nesta semana, o governo americano determinou o fechamento de pelo menos 19 embaixadas e consulados no Oriente Médio e na África por questões de segurança. "Ainda temos essas organizações regionais como a AQAP (Al-Qaeda na Península Arábica) que podem representar uma ameaça", reconheceu Obama, em uma entrevista coletiva, ao se referir a esse braço da Al-Qaeda instalado no Iêmen.



Os Estados Unidos querem reforçar a capacidade de cada país para combater militantes da Al-Qaeda, disse Obama. "A Al-Qaeda, que quando nos atacou no 11 de Setembro tinha uma organização central e estava coesa, atomizou-se. Está bastante fraca e não tem muita capacidade operacional", acrescentou o presidente.

Militantes regionais podem "potencialmente dirigir um caminhão-bomba até uma embaixada e matar pessoas", alertou. "Isso requer de nós que tenhamos uma estratégia que se baseie em reforçar nossos sócios para que tenham sua própria capacidade para enfrentar ameaças regionais que poderiam ser contidas, se esses países fossem um pouco mais fortes", ressaltou.

No fim de semana passado, o Departamento de Estado determinou o fechamento de mais de 20 embaixadas e consulados no Oriente Médio e na África, em resposta a uma ameaça da Al-Qaeda interceptada pela inteligência americana. Algumas sedes diplomáticas já voltaram a funcionar.

"Rússia aumentou retórica anti-EUA no governo Putin"


A retórica anti-Estados Unidos da Rússia aumentou desde o retorno de Vladimir Putin à Presidência, afirmou o presidente Barack Obama nesta sexta-feira, acrescentando que, apesar disso, não tem "relações ruins" com seu colega russo.

O presidente comentou que as relações entre ambos os países melhoraram em algum nível durante a presidência de Dmitri Medvedev (2008-2012), mas que, quando Putin voltou para o Kremlin, "houve mais retórica anti-americana do lado russo, que entrava em alguns dos estereótipos da Guerra Fria entre Estados Unidos e Rússia".

Esta semana, o presidente americano cancelou uma cúpula bilateral com Putin em Moscou, prevista para início de setembro, em represália ao "caso Snowden". Ele descartou, porém, um boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, em Sochi, no sudoeste da Rússia, avaliando que seria um gesto "inadequado".

Mesmo assim, Obama criticou a polêmica lei que proíbe "propaganda homossexual". "Ninguém está mais ofendido do que eu por algumas leis anti-gays e anti-lésbicas vistas na Rússia", afirmou Obama. "Se a Rússia não tem atletas gays ou lésbicas, provavelmente, isso fará que sua equipe seja mais fraca", completou.

Já o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, que se reuniu nesta sexta com o secretário de Estado John Kerry, em Washington, garantiu que não há uma "Guerra Fria" entre seu país e os Estados Unidos.

Ele descartou também que as relações bilaterais tenham se complicado pelo caso do ex-analista de Inteligência americano Edward Snowden, que recebeu asilo temporário do governo russo. "Está claro que não devemos esperar uma Guerra Fria (...) Não devemos esperar um agravamento da situação", avaliou Lavrov.

Da reunião bilateral desta sexta também participaram o secretário americano da Defesa, Chuck Hagel, e o ministro russo da Defesa, Serguei Choigu, em uma tentativa para aliviar as tensões, aparar arestas e buscar interesses comuns no plano internacional. "O ambiente geral tem sido muito positivo, o que transmite otimismo", comentou Lavrov, após o encontro.

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