Agência France-Presse
postado em 12/08/2013 19:08
JERUSALÉM - O sinal verde de Israel para a libertação de 26 presos palestinos antes das negociações de paz na quarta-feira (14/8) foi ofuscado pelo anúncio de novas construções nas colônias, condenado pelos palestinos e considerado inoportuno pela comunidade internacional.
No domingo à noite, uma comissão ministerial israelense aprovou a libertação de 26 detentos de longa data, "após a decisão do governo de retomar as negociações de paz com os palestinos", de acordo com um comunicado do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Esses prisioneiros representam um primeiro contingente dos 104 prometidos pelos israelenses, que devem ser libertados de forma progressiva, em função do avanço das negociações.
Depois de três anos de paralisia e mais de seis décadas de um conflito histórico, as negociações entre israelenses e palestinos foram reiniciadas no final de julho, em Washington, e devem continuar na próxima quarta-feira, em Jerusalém, e depois em Jericó, na Cisjordânia.
"Esperamos que isso sobre o que chegamos a um acordo será executado (...) Esperamos a libertação desses 104 prisioneiros (...) O acordo com americanos e israelenses é claro. Qualquer mudança pode significar que o acordo foi rompido", declarou o negociador-chefe dos palestinos, Saeb Erakat, nesta segunda-feira.
A maioria dos 26 detentos, que devem ser libertados antes de quarta de manhã, foi detida pelo assassinato de israelenses ou de palestinos suspeitos de conluio com Israel.
[SAIBAMAIS]Mas o gesto de boa vontade foi ofuscado pelo anúncio de Israel no domingo de uma licitação para a construção de milhares de novas casas em colônias na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
"É claro que, ao aprovar novas construções três dias antes da retomada das negociações, o governo israelense tenta sabotar os esforços da comunidade internacional e dos Estados Unidos para a retomada das negociações", denunciou o negociador palestino Mohammad Chtayyeh.
Washington também lamentou: "Esses anúncios vêm em um momento particularmente sensível, e informamos o governo israelense que estamos seriamente preocupados", declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf.
"Nós não aceitamos a legitimidade da continuação da atividade de colonização", afirmou. A União Europeia pediu a israelenses e palestinos que "evitem qualquer retrocesso que possa comprometer as negociações", afirmou Michael Mann, porta-voz da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.
Destacando que as colônias na Cisjordânia são "ilegais" no âmbito do Direito Internacional, Mann acrescentou que elas podem "impossibilitar uma solução de dois Estados".
A ONU também lembrou que considera ilegal a colonização na Cisjordânia, enquanto a Rússia chamou o anúncio de "contraprodutivo".
Apesar das críticas, o governo de Israel não pretende recuar. "As construções decididas em Jerusalém e nas colônias se situam em terrenos que permanecerão israelenses", justificou Mark Regev, porta-voz de Netanyahu.
Já o premier Netanyahu atacou as diretrizes europeias publicadas em julho, segundo as quais, a partir de 2014, todos os acordos com Israel que contarem com a ajuda da UE terão de especificar que não se aplicam aos territórios ocupados desde 1967.
Elas "debilitaram a paz", na medida em que "endureceram as posições palestinas", declarou. Segundo veículos da imprensa israelense, o anúncio dessas construções foi feito para acalmar a ala mais dura da coalizão liderada por Netanyahu, contrária hostil à libertação dos presos palestinos.
"Esses terroristas que nós estamos libertando mataram mulheres e crianças. Eu não entendo bem em quê soltar esses prisioneiros pode ajudar a paz", ironizou o ministro israelense da Habitação, Uri Ariel.
O movimento Hamas, rival do Fatah do presidente palestino, Mahmud Abbas, declarou nesta segunda sua rejeição a "fúteis" negociações de paz, considerando-as um meio para Israel "fazer papel de bom moço no plano internacional".
No domingo à noite, uma comissão ministerial israelense aprovou a libertação de 26 detentos de longa data, "após a decisão do governo de retomar as negociações de paz com os palestinos", de acordo com um comunicado do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Esses prisioneiros representam um primeiro contingente dos 104 prometidos pelos israelenses, que devem ser libertados de forma progressiva, em função do avanço das negociações.
Depois de três anos de paralisia e mais de seis décadas de um conflito histórico, as negociações entre israelenses e palestinos foram reiniciadas no final de julho, em Washington, e devem continuar na próxima quarta-feira, em Jerusalém, e depois em Jericó, na Cisjordânia.
"Esperamos que isso sobre o que chegamos a um acordo será executado (...) Esperamos a libertação desses 104 prisioneiros (...) O acordo com americanos e israelenses é claro. Qualquer mudança pode significar que o acordo foi rompido", declarou o negociador-chefe dos palestinos, Saeb Erakat, nesta segunda-feira.
A maioria dos 26 detentos, que devem ser libertados antes de quarta de manhã, foi detida pelo assassinato de israelenses ou de palestinos suspeitos de conluio com Israel.
[SAIBAMAIS]Mas o gesto de boa vontade foi ofuscado pelo anúncio de Israel no domingo de uma licitação para a construção de milhares de novas casas em colônias na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
"É claro que, ao aprovar novas construções três dias antes da retomada das negociações, o governo israelense tenta sabotar os esforços da comunidade internacional e dos Estados Unidos para a retomada das negociações", denunciou o negociador palestino Mohammad Chtayyeh.
Washington também lamentou: "Esses anúncios vêm em um momento particularmente sensível, e informamos o governo israelense que estamos seriamente preocupados", declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf.
"Nós não aceitamos a legitimidade da continuação da atividade de colonização", afirmou. A União Europeia pediu a israelenses e palestinos que "evitem qualquer retrocesso que possa comprometer as negociações", afirmou Michael Mann, porta-voz da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.
Destacando que as colônias na Cisjordânia são "ilegais" no âmbito do Direito Internacional, Mann acrescentou que elas podem "impossibilitar uma solução de dois Estados".
A ONU também lembrou que considera ilegal a colonização na Cisjordânia, enquanto a Rússia chamou o anúncio de "contraprodutivo".
Apesar das críticas, o governo de Israel não pretende recuar. "As construções decididas em Jerusalém e nas colônias se situam em terrenos que permanecerão israelenses", justificou Mark Regev, porta-voz de Netanyahu.
Já o premier Netanyahu atacou as diretrizes europeias publicadas em julho, segundo as quais, a partir de 2014, todos os acordos com Israel que contarem com a ajuda da UE terão de especificar que não se aplicam aos territórios ocupados desde 1967.
Elas "debilitaram a paz", na medida em que "endureceram as posições palestinas", declarou. Segundo veículos da imprensa israelense, o anúncio dessas construções foi feito para acalmar a ala mais dura da coalizão liderada por Netanyahu, contrária hostil à libertação dos presos palestinos.
"Esses terroristas que nós estamos libertando mataram mulheres e crianças. Eu não entendo bem em quê soltar esses prisioneiros pode ajudar a paz", ironizou o ministro israelense da Habitação, Uri Ariel.
O movimento Hamas, rival do Fatah do presidente palestino, Mahmud Abbas, declarou nesta segunda sua rejeição a "fúteis" negociações de paz, considerando-as um meio para Israel "fazer papel de bom moço no plano internacional".