postado em 13/08/2013 15:53
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, avisou nesta terça-feira (13/8) que os Estados Unidos não vão parar com o sistema de monitoramento a cidadãos no país e no exterior, apesar da cobrança explícita do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, durante entrevista coletiva, no Palácio Itamaraty. Kerry argumentou que o esquema de espionagem faz parte do sistema de segurança nacional americano, para garantir proteção não só para quem está nos Estados Unidos, mas também em outros países.;Achamos que nosso serviço de inteligência protege a nossa nação, assim como outros povos. Continuaremos a fazê-lo;, disse Kerry, ao negar que o governo norte-americano examine a possibilidade de suspender o monitoramento feito por suas agências a cidadãos.
Kerry chegou ao Brasil num momento em que as autoridades brasileiras aguardam mais informações dos Estados Unidos sobre o monitoramento de dados de cidadãos nos meios de comunicação, conforme denunciou Edward Snowden, ex-funcionário de uma empresa terceirizada que prestava serviços à Agência de Segurança Nacional (NSA).
O secretário de Estado argumentou que as medidas de espionagem foram adotadas após o ataque às Torres Gêmeas, em Nova York, no dia 11 de setembro de 2001. O atentado foi atribuído à Al Qaeda. De acordo com Kerry, foram implementadas ações para evitar que ;inocentes sejam mortos; por organizações criminosas, como aconteceu em 2001. ;Essas revelações sobre segurança nacional aborreceram algumas pessoas, mas não posso discutir as questões operacionais;, disse o secretário.
Kerry ressaltou que o presidente Barack Obama está determinado a prestar os esclarecimentos pedidos pelos países sobre as agências norte-americanas. ;Vamos nos esforçar para que esses problemas não interfiram sobre todas aquelas outras coisas. E vamos nos esforçar para fazer;, reforçou.
Na entrevista, Kerry tentou minimizar o impacto que as denúncias de espionagem tiveram nas relações entre o Brasil e os Estados Unidos. Para ele, é preciso ;enxergar adiante;, observar parceria existente e o que é possível avançar na relação entre os dius países. ;Peço ao povo brasileiro que se concentre nas realidades importantes entre os nossos países, que compartilham valores democráticos, e no empenho em favor da diversidade. Essas relações podem ter um impacto global positivo, se continuarmos trabalhando em parceria;, afirmou.