BOSTON - Os dois jovens cazaques acusados de obstruir a investigação pelo duplo atentado de Boston, em abril passado, se declararam inocentes nesta terça-feira (13/8), diante de uma juíza federal americana.
Dias Kadyrbayev e Azamat Tazhayakov, ambos de 19 anos, foram indiciados na semana passada por "conspiração para obstruir a Justiça" e "obstrução da Justiça", por sua tentativa de impedir a investigação das explosões.
Três pessoas morreram e 264 ficaram feridas no episódio ocorrido durante a maratona desta cidade do estado de Massachusetts (nordeste).
Nesta terça-feira, em uma curta audiência com a juíza Marion Bowler, em Boston, ambos os réus, vestidos com o tradicional uniforme laranja usado pelos presos, declararam-se inocentes das acusações. A próxima audiência será em 26 de setembro.
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Caso sejam considerados culpados, Kadyrbayev e Tazhayakov podem ser condenados a até 20 anos de prisão pela acusação de "obstrução" e a até 5 anos pela de "conspiração". Além disso, pagarão uma multa de US$ 250 mil e terão três anos de liberdade condicional, com a possibilidade de serem deportados, informou a Promotoria.
Os dois cazaques são acusados de querer destruir e esconder uma mochila e um computador do jovem de origem chechena Dzhokhar Tsarnaev, também de 19 anos, responsabilizado pelo duplo atentado de 15 de abril.
Segundo as autoridades, Dzhokhar, que se declarou inocente em 10 de julho passado, cometeu os ataques com seu irmão Tamerlan, de 26, morto em um confronto com a polícia.
Três dias depois das explosões, quando o FBI (a Polícia Federal americana) divulgou fotos dos dois suspeitos, Dzhokhar Tsarnaev enviou um torpedo para seu amigo Kadyrbayev, pedindo-lhe que fosse até seu quarto no campus universitário e retirasse seus objetos pessoais.
Os dois cazaques e um terceiro acusado, Robel Phillipos, atenderam o pedido e, depois, Kadyrbayev (com a ajuda de Tazhayakov) jogou o notebook e a mochila de Dzhokhar no lixo.
Phillipos é acusado de ter mentido para os investigadores e foi posto em liberdade condicional em 6 de maio passado.
Pelo menos 30 acusações pesam contra Dzhokhar Tsarnaev, das quais 17 podem levar à prisão perpétua, ou à pena de morte.