Agência France-Presse
postado em 15/08/2013 11:36
Asunción - Horacio Cartes prestou juramento nesta quinta-feira (15/8) como presidente do Paraguai por um período de cinco anos ante os presidentes de Brasil, Argentina, Chile, Peru, Uruguai e Taiwan, o príncipe Felipe da Espanha e mais de 100 delegações nos jardins do Palácio de López, a sede governamental.
"Invoco a Deus, imploro a Ele que me dê sabedoria, prudência e justiça para cumprir com meus deveres ao nobre povo paraguaio", afirmou Cartes, do Partido Colorado, em uma declaração depois de sua posse, em meio ao badalar de sinos da catedral e da salva de canhões. Em seu discurso de posse, Cartes também declarou guerra à pobreza no Paraguai, um país onde 30% de seus sete milhões de habitantes vive nessa condição. "Nossa obsessão será ganhar cada uma das batalhas que declaramos hoje contra a pobreza no Paraguai", afirmou o novo presidente de 57 anos, eleito em 21 de abril passado.
[SAIBAMAIS]Cartes afirmou que a pobreza forçou à imigração em massa, deixando "tantas famílias desintegradas". "Dentro de cinco anos, se não tivermos reduzido substancialmente a pobreza, serão estéreis todas as obras que fizermos", proclamou. "Não entrei para a polícia para enriquecer meu patrimônio. Estou aqui para servir a meu meu povo", acrescentou. O empresário Horacio Cartes, um ;outsider; da política que levou de volta ao poder o Partido Colorado, que sustentou a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989), prometeu em sua campanha sepultar o autoritarismo. Ao apresentar seu gabinete na terça-feira, Cartes, um empresário da indústria do tabaco de 57 anos, prometeu "um governo inclusivo para todos".
Em um gesto para iniciar seu governo com o pé direito, Cartes - ex-dirigente do clube de futebol Libertad - nomeou uma equipe de governo, que ele chamou de "seleção paraguaia", formada mais por técnicos de grande trajetória do que por políticos, deixando de lado os chamados "dinossauros" ou líderes históricos de seu partido. O novo presidente substitui o liberal Federico Franco, que concluiu o mandato iniciado em 2008 por Fernando Lugo, um ex-bispo católico de esquerda que pôs fim a 61 anos de hegemonia colorada, 35 deles com Stroessner.
A chegada de Cartes ao poder permitirá superar a crise diplomática provocada pela saída de Lugo, destituído pelo Congresso em junho de 2012 por "mau desempenho", em uma decisão questionada internacionalmente e que causou a suspensão do Paraguai de organizações multilaterais, como o Merccosul e a Unasul. Cartes tem uma posição dura sobre o Mercosul, do qual seu país foi suspenso, anunciando que só manterá relações bilaterais com os sócios do bloco, segundo afirmou seu chanceler, Eladio Loizaga.
A Venezuela também integra o bloco, mas seu presidente, Nicolás Maduro, não foi convidado para a posse de Cartes na quinta-feira. O Paraguai foi suspenso do Mercosul, assim como da Unasul (União das Nações Sul-americanas), em junho de 2012 como represália à destituição pelo Congresso do presidente esquerdista Fernando Lugo, via julgamento político, acusado de "mal desempenho de funções". Paralelamente à suspensão do Paraguai, o Mercosul aprovou a entrada, como membro pleno, da Venezuela, que não tinha sido ratificada pelo Congresso paraguaio.