Três décadas depois de Mikhail Gorbachev implantar a glasnost, um conjunto de reformas políticas que resultou em maior transparência e liberdade de expressão, a Rússia caminha na contramão dos direitos civis. O presidente Vladimir Putin intensificou a perseguição a opositores, calou movimentos sociais e sancionou uma polêmica lei cujo alvo são os homossexuais. Enquanto os Estados Unidos, o Uruguai e alguns países da Europa aprovaram o casamento gay, Putin determinou que a ;propaganda de relações sexuais não tradicionais; é crime passível de multa de US$ 31 mil. O renomado jornalista russo Anton Krasovsky foi uma das primeiras vítimas, ao ser demitido neste mês, após assumir a homossexualidade enquanto apresentava um programa pela KontrTV, emissora afiliada ao Kremlin.
A centralização de poder é mantida a custa do sufocamento dos críticos. Há um ano, duas integrantes do grupo feminista punk Pussy Riot foram condenadas a dois anos de prisão por apresentarem uma música com a qual criticavam Putin, durante uma celebração numa igreja de Moscou. O blogueiro russo e opositor Alexey Navalny também foi sentenciado a meia década de cadeia por roubo de madeira ; ativistas saíram às ruas para denunciar uma perseguição política e centenas deles foram detidos.
Lilia Shevtsova, chefe do Programa de Política Doméstica Russa do Carnegie Endowment for International Peace (em Moscou), afirma que o regime político de Putin abandonou o autoritarismo suave e se tornou mais repressivo. ;As autoridades sentem que estão perdendo a base de apoio e, por isso, se inclinam à coerção. Uma vez que o regime começa a repressão, não pode pará-la;, afirmou ao Correio. Segundo a especialista russa, o Kremlin transmite à sociedade a seguinte mensagem: ;Não ouse tomar partido na política;. ;As prisões das Pussy Riots e a detenção de Navalny não são os únicos sinais da nova situação política da Rússia. Poderíamos mencionar também a restrição sobre a sociedade civil e o julgamento político de dezenas de manifestantes, acusados aleatoriamente de provocar desordens em massa nos protestos de 6 de maio de 2011;, explica Shevtsova, referindo-se aos atos políticos na véspera da posse de Putin para o terceiro mandato.
<--[if gte mso 9]>
<--[if gte mso 10]> <[endif]-->
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique .