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Islamitas tunisianos estão dispostos a fazer concessões para sair da crise

Segundo o chefe do partido islamita Ennahda, Rached Ghannouchi, o movimento Ennahda aceita a proposta do sindicato

Agência France-Presse
postado em 22/08/2013 11:33
Tunes - Os islamitas à frente do governo tunisiano afirmaram nesta quinta-feira (22/8) que estão dispostos a negociar com a oposição, partindo de um documento que prevê sua retirada do poder, com o objetivo de superar a crise política no país. "O movimento Ennahda aceita a proposta do (sindicato) UGTT como ponto de partida para resolver a crise política no país", afirmou o chefe do partido islamita Ennahda, Rached Ghannouchi, depois de se reunir com o secretário-geral da central sindical, Houcine Abassi.

[SAIBAMAIS]"O Ennahda aceitou a iniciativa do UGTT como base para o início do diálogo nacional" com a oposição com o objetivo de sair da crise provocada pelo assassinato do opositor Mohamed Brahmi no dia 25 de julho, afirmou Abassi. Mas, nem ele, nem Ghannouchi, disseram se o Ennahda aceitava uma mudança de governo e não responderam a perguntas dos jornalistas. A iniciativa do UGTT prevê a instauração de um governo apolítico, a manutenção da Assembleia Nacional Constituinte (ANC) e a fixação de um calendário rígido para adotar a Constituição, assim como as datas das próximas eleições.



Uma coalizão da oposição, que vai da extrema-esquerda à centro-direita, descartou em diversas ocasiões negociar até que o Ennahda anuncie a renúncia do gabinete atual e a formação de um "governo de salvação nacional" composto exclusivamente por independentes. Os opositores do governo o acusam de ter fracassado no âmbito da segurança frente ao movimento islamita, e também no econômico, embora as reivindicações tenham estado no centro da revolta popular de janeiro de 2011. Os islamitas consideram ter legitimidade para dirigir o país desde a eleição da Constituinte, em outubro de 2011, e alguns de seus líderes consideram inclusive as reivindicações da oposição como uma tentativa de "golpe de Estado" após a deposição do presidente egípcio Mohamed Mursi por parte do exército.

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