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Parlamento alemão denuncia erros em investigação sobre crimes racistas

Entre 2000 e 2006, oito turcos e um grego foram mortos a tiros, assim como um policial, em 2007

Agência France-Presse
postado em 22/08/2013 19:02
Uma comissão do Parlamento alemão denunciou nesta quinta-feira (22/8) "o fracasso em massa das autoridades" em uma investigação de mais de dez anos sobre uma série de assassinatos racistas envolvendo imigrantes turcos.

Entre 2000 e 2006, oito turcos e um grego foram mortos a tiros, assim como um policial, em 2007.

Um trio de neo-nazistas denominado Clandestinidade Nacional Socialista (NSU) foi acusado por estes crimes, assim como por vários atentados contra comunidades estrangeiras que deixaram muitos feridos.

Dois membros da NSU cometeram suicídio em novembro de 2011 e a única sobrevivente do grupo, Beate Zsch;pe, é julgada em Munique desde maio passado.



A comissão concluiu que a investigação teve uma série de falhas importantes, a ponto de exigir a apuração do Parlamento sobre o assunto.

Os erros na investigação causaram comoção na Turquia, especialmente entre parentes e amigos das vítimas, alguns dois quais foram acusados.

As vítimas, a maioria pequenos comerciantes, foram investigados como supostos membros da máfia turca até se chegar aos neo-nazistas.

Em uma cerimônia solene em Berlim, a chanceler Angela Merkel pediu desculpas em nome da Alemanha aos parentes e amigos das vítimas.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, destacou que o relatório da comissão parlamentar é "um sinal importante para se restabelecer a confiança do mundo" com a Alemanha.

"O terrorismo e o extremismo não têm mais lugar na Alemanha e serão punidos de maneira consequente", disse Westerwelle ao receber seu homólogo turco, Ahmet Davutoglu.

Os deputados destacaram que não é possível estabelecer uma cumplicidade entre a polícia e a extrema direita no caso, ou a participação de qualquer autoridade nos crimes.

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