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Número de crianças sírias refugiadas no exterior chega a um milhão

Segundo a ONU, outros dois milhões de menores estão deslocados dentro do país

Agência France-Presse
postado em 23/08/2013 08:52
Genebra - O número de crianças refugiadas no exterior pela guerra civil na Síria alcançou um milhão nesta sexta-feira (23/8), ao mesmo tempo que outros dois milhões de menores de idade estão deslocados dentro do país, anunciou a ONU. "Esta milionésima criança refugiada não é um número qualquer, é uma criança real, arrancada de sua casa, talvez também de sua família, enfrentando horrores", declarou o diretor do Unicef (Fundo das Nações Unidas para as Crianças), Anthony Lake, em um comunicado publicado em Genebra.

As crianças representam, pelo menos, metade dos refugiados sírios, segundo a ONU. A maioria encontrou refúgio no Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito. Os dados mais recentes da ONU apontam 740.000 refugiados sírios menores de 11 anos. "Está em jogo nada menos que a sobrevivência e o bem-estar de uma geração de inocentes", declarou Antonio Guterres, do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Segundo a ONU, mais de 100.000 pessoas morreram desde o início do conflito na Síria, há dois anos, incluindo 7.000 crianças.


A ONU destacou que 3.500 crianças estão refugiadas na Jordânia, Líbano e Iraque sem acompanhamento familiar. O Acnur consegue registrar as crianças refugiadas por nome. Também pede às mães que dão à luz no exterior que obtenham certidões de nascimento para que os filhos não sejam apátridas. "Todos devemos assumir esta vergonha. A comunidade internacional fracassou em sua responsabilidade com as crianças. Devemos perguntar como podemos seguir assim", disse Lake. Segundo a diretora executiva adjunta do Unicef, Yoka Brandt, a crise tem um efeito devastador para as crianças na Síria. "Os mecanismos de sobrevivência das famílias desabaram", disse. De acordo com Brandt, 58% das crianças não frequentam mais a escola na Síria.


O movimento de exílio dos sírios em fuga da guerra civil e de suas atrocidades acelerou nos últimos dias, acrescentou, com "40.000 novos refugiados sírios no Curdistão iraquiano desde 15 de agosto".

As agências da ONU destacam que há muito a fazer e pedem uma "solução política".

"As partes em conflito devem parar de tomar como alvos os civis e de recrutar crianças", afirmam o Acnur e o Unicef. Jornais de todo o mundo publicaram nos últimos dias as fotos de corpos de crianças sírias vítimas de um ataque na região de Damasco, onde teriam sido utilizadas armas químicas.

"As fronteiras devem seguir abertas para que as famílias possam fugir da Síria em condições de segurança", completam as agências da ONU.

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