Agência France-Presse
postado em 23/08/2013 10:12
Trípoli - Pelo menos 27 pessoas morreram e 352 ficaram feridas nesta sexta-feira (23/8) em dois atentados com carro-bomba em Trípoli, a maior cidade no norte do Líbano, de acordo com um novo balanço apresentado pelo ministro da Saúde, Ali Hassan Khalil. "Há, até o momento, 27 mártires e 352 feridos nos hospitais", disse à televisão libanesa, afirmando não se tratar de um balanço final.
A imprensa local tem transmitido imagens de vários veículos em chamas, homens carregando feridos e fachadas de imóveis completamente destruídas. Na quarta-feira, o chefe do exército libanês, o general Jean Kahwaji, declarou que suas tropas estavam em guerra total contra o terrorismo, explicando que perseguiam há meses uma célula que prepara carros-bomba, um dos quais explodiu em 15 de agosto na periferia ao sul de Beirute.
Em Trípoli, a primeira explosão ocorreu no centro, próximo a casa do primeiro-ministro Najib Mikati, que não estava na cidade, de acordo com os serviços de Mikati. A segunda ocorreu perto do porto, não muito longe da casa do ex-chefe de polícia Ashraf Rifi, de acordo com uma fonte da segurança. As explosões ocorreram perto de duas mesquitas. A televisão libanesa mostrou uma enorme coluna de fumaça negra subindo para o céu. A capital do norte do Líbano é regularmente palco de confrontos entre sunitas, que em sua maioria apoiam a rebelião síria, e os alauítas, favoráveis ao regime de Bashar al-Assad. As explosões ocorreram uma semana depois de um ataque com carro-bomba matar 27 pessoas em Roueiss, no subúrbio xiita de Beirute, reduto do Hezbollah, poderoso movimento xiita libanês que combate ao lado das tropas de Damasco.
O líder do exército libanês também indicou que a célula "não visa uma região ou uma determinada comunidade, mas procura provocar conflitos sectários, visando diferentes regiões do ponto de vista religioso e político". O Líbano está profundamente dividido sobre o conflito na vizinha Síria, que exacerbou conflitos sectários internos. Os sunitas são em sua maioria favoráveis a oposição que quer derrubar o regime, enquanto os xiitas, liderados pelo Hezbollah, são em sua maioria a favor do presidente Assad.