postado em 24/08/2013 10:37
Brasília ; O governo do Brasil defende que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) atue no esforço de encerrar o impasse na Síria, que dura 29 meses e foi agravado com as denúncias de uso de armas químicas contra civis, matando 1.300 pessoas, inclusive crianças. Paralelamente, apoia o esforço do emissário especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e Liga Árabe à Síria, Lakhdar Brahimi, em busca do diálogo e da conciliação.O subsecretário-geral de Política 3 do Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, embaixador Paulo Cordeiro, disse à Agência Brasil que a situação é acompanhada atentamente pelas autoridades brasileiras, mas que é necessário ter prudência para buscar responsáveis sobre o eventual uso de armas químicas.
;Infelizmente é preciso esperar. As informações que vêm da Síria envolvem uma série de dificuldades. É necessário observar quem divulga os dados, de onde partem os números e buscar a comprovação, além, claro, de verificar responsabilidades;, ressaltou Cordeiro. ;O Conselho de Segurança é a instância que pode, neste momento, adotar medidas em relação ao processo em curso.;
A maior parte das informações sobre as denúncias de uso de armas químicas, responsabilizando o governo do presidente Bashar Al Assad, é divulgada por organizações não governamentais. As principais são do Observatório Sírio de Direitos Humanos, cuja sede fica em Londres (Reino Unido), a Comissão Geral da Revolução Síria e o Exército Livre Sírio (ELS). Os três têm ligação com a oposição síria.
Leia mais notícias em Mundo
No último dia 22, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, defendeu que seja feita uma investigação independente sobre as denúncias de uso de armas químicas na Síria. ;São extremamente preocupantes essas alegações de uso de armas químicas. A presidência do Conselho de Segurança [no momento com a Argentina] recomendou uma investigação independente, seja como for, a confirmação traz uma nova dimensão ainda mais preocupante e grave sobre a situação [na Síria];, disse.
A missão de especialistas estrangeiros chegou à Síria na última semana. O trabalho é mantido sob sigilo, mas há relatos que os peritos têm dificuldades de acesso a vários locais, assim como de verificação das denúncias. Os especialistas estão no país para avaliação de três situações específicas, ocorridas ao longo dos conflitos, que levantam suspeitas sobre o uso de armas químicas.
O Conselho de Segurança da ONU se reuniu, extraordinariamente na semana passada, mas não conseguiu chegar a acordo para pedir formalmente uma investigação sobre o ataque químico denunciado na quarta-feira (21) pela oposição síria.
Desde o início dos confrontos na Síria, em março de 2011, morreram mais de 100 mil pessoas e aproximadamente 7 milhões de sírios precisam de ajuda humanitária de emergência, de acordo com o balanço da ONU. Os confrontos foram deflagrados pela disputa política entre a oposição e Assad, que é pressionado a deixar o poder, mas resiste em abrir mão do governo.