Agência France-Presse
postado em 24/08/2013 18:07
Bogotá - O líder das Farc, Timoléon Jiménez, questionou neste sábado (24/8) a vontade do governo colombiano de estabelecer a paz, ao assinalar que o presidente Juan Manuel Santos vincula o perdão para a guerrilha a seu apoio ao programa neoliberal.
Em carta divulgada no site www.farc-ep, Timoléon Jiménez estima que "o acordo (negociado em Cuba desde novembro de 2012) se resume em um perdão relativo em troca do apoio guerrilheiro à globalização neoliberal para a Colômbia".
O texto é divulgado um dia após as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) decidirem fazer uma "pausa" nos diálogos de paz em Havana para avaliar a proposta de Santos sobre um referendo destinado a validar um eventual acordo com a guerrilha.
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Jiménez não se refere ao projeto de referendo enviado por Santos ao Congresso, mas afirma que o presidente busca acabar com o conflito de mais de meio século na Colômbia impondo o "grande capital", representado por Estados Unidos e Europa ocidental, que buscam se expandir no continente. "Os Estados Unidos e a Europa ocidental estão dispostos a aceitar que a guerrilha desmobilizada seja beneficiária de uma justiça transitória, que a deixe finalmente em uma liberdade precária, mas anulada em termos políticos", afirma ;Timochenko;.
O líder das Farc lembra que o primeiro ponto da agenda de negociação - política agrária - foi firmado pelo grupo com "algumas salvaguardas que se definirão mais adiante", relativas à proteção do campo, mas que no segundo tema - participação política dos rebeldes - Santos não quer "ceder um milímetro" para "tranquilizar o grande capital".
O processo de paz negociado em Havana inclui cinco pontos: política agrária, participação política da guerrilha, drogas ilícitas, abandono das armas e indenização das vítimas.
Na sexta-feira, Santos chamou sua equipe de negociadores em Cuba para avaliar a decisão das Farc de fazer uma pausa no diálogo de paz, e advertiu que a guerrilha não deve impor condições à negociação. "Neste processo não são as Farc que decretam pausas ou impõem condições. Desta maneira, tomei a decisão de chamar os negociadores para que voltem imediatamente (à Colômbia) para avaliarmos este comunicado", disse Santos em declaração pública.
O presidente destacou que analisará com seus delegados "o alcance do comportamento das Farc" diante de sua proposta de celebrar um referendo para validar um eventual acordo de paz com a guerrilha, simultaneamente às eleições do próximo ano.
Em 11 de junho, as Farc, que exigiram reiteradamente uma Assembleia Constituinte, propuseram adiar por um ano as eleições legislativas e presidenciais de 2014, o que implicaria prolongar o mandato das atuais autoridades, algo que Santos rejeitou.
Esta é a quinta tentativa de se conseguir um acordo de paz, depois de três experiências fracassadas nos anos 1980, 1990 e 2000
O conflito com as Farc deixou 600.000 mortos e mais de três milhões de deslocados.
Em carta divulgada no site www.farc-ep, Timoléon Jiménez estima que "o acordo (negociado em Cuba desde novembro de 2012) se resume em um perdão relativo em troca do apoio guerrilheiro à globalização neoliberal para a Colômbia".
O texto é divulgado um dia após as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) decidirem fazer uma "pausa" nos diálogos de paz em Havana para avaliar a proposta de Santos sobre um referendo destinado a validar um eventual acordo com a guerrilha.
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Jiménez não se refere ao projeto de referendo enviado por Santos ao Congresso, mas afirma que o presidente busca acabar com o conflito de mais de meio século na Colômbia impondo o "grande capital", representado por Estados Unidos e Europa ocidental, que buscam se expandir no continente. "Os Estados Unidos e a Europa ocidental estão dispostos a aceitar que a guerrilha desmobilizada seja beneficiária de uma justiça transitória, que a deixe finalmente em uma liberdade precária, mas anulada em termos políticos", afirma ;Timochenko;.
O líder das Farc lembra que o primeiro ponto da agenda de negociação - política agrária - foi firmado pelo grupo com "algumas salvaguardas que se definirão mais adiante", relativas à proteção do campo, mas que no segundo tema - participação política dos rebeldes - Santos não quer "ceder um milímetro" para "tranquilizar o grande capital".
O processo de paz negociado em Havana inclui cinco pontos: política agrária, participação política da guerrilha, drogas ilícitas, abandono das armas e indenização das vítimas.
Na sexta-feira, Santos chamou sua equipe de negociadores em Cuba para avaliar a decisão das Farc de fazer uma pausa no diálogo de paz, e advertiu que a guerrilha não deve impor condições à negociação. "Neste processo não são as Farc que decretam pausas ou impõem condições. Desta maneira, tomei a decisão de chamar os negociadores para que voltem imediatamente (à Colômbia) para avaliarmos este comunicado", disse Santos em declaração pública.
O presidente destacou que analisará com seus delegados "o alcance do comportamento das Farc" diante de sua proposta de celebrar um referendo para validar um eventual acordo de paz com a guerrilha, simultaneamente às eleições do próximo ano.
Em 11 de junho, as Farc, que exigiram reiteradamente uma Assembleia Constituinte, propuseram adiar por um ano as eleições legislativas e presidenciais de 2014, o que implicaria prolongar o mandato das atuais autoridades, algo que Santos rejeitou.
Esta é a quinta tentativa de se conseguir um acordo de paz, depois de três experiências fracassadas nos anos 1980, 1990 e 2000
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