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Damasco autoriza inspeção da ONU sobre armas químicas, diz Teerã

Oposição acusou o regime de Bashar al-Assad de ter realizado uma série de ataques com armas químicas em setores controlados por rebeldes nos arredores de Damasco, o que o governo nega

Agência France-Presse
postado em 24/08/2013 18:14
Teerã - O governo sírio vai cooperar com a missão das Nações Unidas e permitirá a visitação de zonas afetadas por armas químicas utilizadas por grupos rebeldes, anunciou neste sábado (24/8) o chefe da diplomacia síria, Walid Muallem, segundo o ministério iraniano das Relações Exteriores. "O governo sírio vai cooperar com a missão das Nações Unidas que encontra-se atualmente na Síria e dará condições para que as zonas atacadas com armas químicas por grupos terroristas e takfiris (sunitas extremistas) sejam visitadas", declarou Muallem ao ministério iraniano, citado pela agência oficial Irna. "No momento, nós estamos discutindo com a missão de investigação das Nações Unidas" para preparar esta visita, acrescentou o chanceler sírio, em conversa telefônica com o colega iraniano.

O chefe da diplomacia de Damasco "desmentiu com vigor as acusações de que o regime teria usado armas químicas", acusando os "terroristas" de terem lançado mão de tais recursos.

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O chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, "condenou o uso de armas químicas pelos rebeldes" e afirmou que é preciso "agir contra estas ações desumanas e contrárias às regras internacionais". Zarif também disse que "qualquer abordagem que não seja pacífica está fadada ao fracasso e terá graves consequências", fazendo alusão a uma eventual ação militar norte-americana ou estrangeira.

A oposição acusou o regime de Bashar al-Assad de ter realizado uma série de ataques com armas químicas em setores controlados por rebeldes nos arredores de Damasco, o que o governo nega. A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que se baseia numa rede de fontes médicas e militares anti-regime, anunciou neste sábado ter contabilizado 322 mortos, vítimas de "gases tóxicos", desde a última quarta-feira.

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) fez um balanço da morte de 355 pacientes que "apresentaram sintomas neurotóxicos" desde a última quarta-feira na região de Damasco, sem informar a origem de tais pessoas. As autoridades sírias, por sua vez, acusam os rebeldes de utilizar gases tóxicos neste sábado no bairro de Jobar, na periferia de Damasco, contra uma ofensiva ao Exército.

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