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Médico conta ao Correio como foi o suposto bombardeio químico na Síria

Médicos Sem Fronteiras revela que hospitais atenderam 3,6 mil com sintomas neurotóxicos

Rodrigo Craveiro
postado em 26/08/2013 09:32
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A organização não governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) revelou que 3,6 mil vítimas do suposto bombardeio químico de quarta-feira deram entrada em três hospitais próximos a Damasco com sintomas neurotóxicos, causados por gases nocivos. Segundo a entidade, 355 pessoas ; 54 crianças, 82 mulheres e 219 homens ; morreram com os mesmos problemas. A informação foi divulgada no dia em que Angela Kane, Alta Representante das Nações Unidas (ONU) para Assuntos de Desarmamento, chegou à capital síria para investigar o suspeito do uso de armas químicas. No fim da tarde de ontem, Walid Muallem, chanceler do regime de Bashar Al-Assad, garantiu que o governo permitirá que inspetores da ONU acessem Ghouta, a região que teria sido alvo do ataque. Enquanto isso, os Estados Unidos mobilizam navios de guerra e estudam uma intervenção militar.

A MSF divulgou relatórios médicos que apontam problemas de saúde causados por armas químicas, no momento em que a oposição e o regime trocam acusações. ;Os sintomas que nos foram relatados, o padrão epidemiológico desse evento, caracterizado por um grande fluxo de pacientes em um curto espaço de tempo, sugerem fortemente a exposição intensa a um agente nervoso;, informou o MSF ao jornal espanhol El Mundo. ;Isso seria uma violação do direito internacional. Os pacientes foram tratados com atropina, droga que a MSF usa para tratar os sintomas neurotóxicos;, informou a entidade.



[SAIBAMAIS]O regime de Al-Assad anunciou que o Exército encontrou armas químicas em um túnel que pertenceria aos rebeldes, na região do ataque. De acordo com agência de notícias France-Presse, a oposição da Síria desmentiu as acusações e informou que o regime pretende desviar a atenção de seus próprios ;crimes;. ;A Coalizão Nacional Síria (CNS) rejeita fortemente as informações mentirosas emitidas pelo regime de Al-Assad e considera que se tratam de uma tentativa desesperada de desviar a atenção dos contínuos ataques contra civis;, declarou a CNS. O governo também rejeita a hipótese de envolvimento no suposto bombardeio químico. ;Jamais utilizamos armas químicas na Síria, sob qualquer forma, líquida ou gás;, disse o ministro sírio da Informação, Omrane Al-Zohbi, em entrevista ao canal de tevê Al-Mayadine.

O presidente do Irã, Hassan Rowhani, assegurou a existência de um massacre na Síria causado por armas químicas e pediu à comunidade internacional que impeça o uso desse arsenal. Segundo a agência Isna, Rowhani não afirmou quem ele considera ter usado as armas, mas a chancelaria de Teerã declarou que as evidências apontam para rebeldes. ;Muitos inocentes foram feridos e martirizados por agentes químicos, e isso é lamentável;, declarou Rowhani.

Na manhã de ontem, o presidente americano, Barack Obama, reuniu-se com conselheiros de Segurança Nacional e ordenou a coleta de provas. ;Uma vez verificados os fatos, o presidente tomará uma decisão sobre a forma de responder;, informou uma fonte da Casa Branca. De acordo com o jornal israelense Yedioth Ahronoth, os EUA buscam provas concretas, a fim de lançarem uma campanha ;unilateral;. O Pentágono deslocou três destróieres ; USS Gravely, USS Barry e USS Rampage ; para o Mar Mediterrâneo, perto da costa da Síria. O líder da coalizão de oposição síria, Ahmat Jarba, defendeu a interferência séria de outros países. ;Exijo que Obama tenha responsabilidade.;

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