Agência France-Presse
postado em 26/08/2013 14:47
WASHINGTON - É a frase mais memorável de um dos maiores discursos da história, mas o líder dos direitos civis Martin Luther King não pensava em dizer "I have a dream" ("Eu tenho um sonho"), ao se dirigir a uma multidão em Washington há meio século.
King foi o último a discursar na marcha do dia 28 de agosto de 1963, quando subiu ao púlpito e olhou para as 250 mil pessoas que lotavam o National Mall para a Marcha de Washington pelo Trabalho e a Liberdade.
Nas mãos do pastor batista da Geórgia estava o texto que ele havia redigido com seus companheiros a duras penas na noite anterior. A frase "Eu tenho um sonho" não fazia parte dele.
"Apesar da cuidadosa preparação de King, a parte do discurso que entraria para os livros de história foi apressadamente acrescentada quando ele já estava nos degraus do Lincoln Memorial, em plena comunicação com a multidão", escreveu Gary Younge, correspondente do jornal britânico The Guardian, em um trecho de seu novo livro "The Speech" ("O Discurso").
King já havia usado a frase, inclusive em um sermão em Detroit, gravado pela Motown dois meses antes. Mas o assessor do líder dos direitos civis, Wyatt Walker, o aconselhou a não repeti-la, argumentando que era uma frase feita, um lugar-comum inútil para um evento nacional televisionado.
King, apresentado no evento como o "líder moral da nação", disse ao estudante Donald Smith no final daquele ano que "de repente" decidiu falar sobre o sonho.
Pode ser que ele tenha sido influenciado na ocasião pela cantora gospel Mahalia Jackson, que havia se apresentado antes e gritou: "Fale com eles sobre o sonho, Martin".
"Eu senti que queria usar a frase", contou King a Smith, que escreveu sua tese de doutorado sobre o poder do discurso persuasivo do líder dos direitos civis. "Eu não sei por que não tinha pensado nisso antes do discurso", acrescentou o mártir.
O discurso, que durou 16 minutos, se tornou famoso como o epitáfio de King, que foi assassinado na varanda do Motel Lorraine, em Memphis, no estado do Tennessee, em abril de 1968, por um franco-atirador branco.
King foi o último a discursar na marcha do dia 28 de agosto de 1963, quando subiu ao púlpito e olhou para as 250 mil pessoas que lotavam o National Mall para a Marcha de Washington pelo Trabalho e a Liberdade.
Nas mãos do pastor batista da Geórgia estava o texto que ele havia redigido com seus companheiros a duras penas na noite anterior. A frase "Eu tenho um sonho" não fazia parte dele.
"Apesar da cuidadosa preparação de King, a parte do discurso que entraria para os livros de história foi apressadamente acrescentada quando ele já estava nos degraus do Lincoln Memorial, em plena comunicação com a multidão", escreveu Gary Younge, correspondente do jornal britânico The Guardian, em um trecho de seu novo livro "The Speech" ("O Discurso").
King já havia usado a frase, inclusive em um sermão em Detroit, gravado pela Motown dois meses antes. Mas o assessor do líder dos direitos civis, Wyatt Walker, o aconselhou a não repeti-la, argumentando que era uma frase feita, um lugar-comum inútil para um evento nacional televisionado.
King, apresentado no evento como o "líder moral da nação", disse ao estudante Donald Smith no final daquele ano que "de repente" decidiu falar sobre o sonho.
Pode ser que ele tenha sido influenciado na ocasião pela cantora gospel Mahalia Jackson, que havia se apresentado antes e gritou: "Fale com eles sobre o sonho, Martin".
"Eu senti que queria usar a frase", contou King a Smith, que escreveu sua tese de doutorado sobre o poder do discurso persuasivo do líder dos direitos civis. "Eu não sei por que não tinha pensado nisso antes do discurso", acrescentou o mártir.
O discurso, que durou 16 minutos, se tornou famoso como o epitáfio de King, que foi assassinado na varanda do Motel Lorraine, em Memphis, no estado do Tennessee, em abril de 1968, por um franco-atirador branco.
"Pela primeira vez, uma grande audiência branca ouviu a inegável justiça das reivindicações dos negros", disse Julian Bond, presidente da Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor, citado pela revista Smithsonian em 2003. O próprio King lembrou a marcha de Washington como "aquele radiante dia de agosto."