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Paquistão ordena novo julgamento para médico que ajudou a achar Bin Laden

À espera de um novo julgamento, Afridi deverá permanecer na prisão

Agência France-Presse
postado em 29/08/2013 08:59
Peshawar - A justiça paquistanesa ordenou nesta quinta-feira um novo julgamento para o médico Shakeel Afridi - condenado a 33 anos de prisão - e que ajudou a CIA americana a localizar o fundador da Al-Qaeda, Osama bin Laden, no norte do Paquistão.

A administração de Peshawar (norte) anulou a decisão em primeira instância de um tribunal do distrito semiautônomo de Khyber e ordenou um novo julgamento, informou Samiullah Afridi, advogado do médico.

No entanto, à espera de um novo julgamento, Afridi deverá permanecer na prisão, já que a justiça não ordenou sua libertação, segundo o advogado.

O cirurgião foi condenado em maio de 2012 a 33 anos de prisão por ter criado uma falsa campanha de vacinação em Abbottabad, a cidade na qual Bin Laden morava com as mulheres e os filhos, para obter DNA.

[SAIBAMAIS]

A falsa campanha de vacinação organizada pela CIA permitiu ao serviço de inteligência americano certificar a presença de Bin Laden na cidadem, que fica a 100 quilômetros de Islamabad.

A informação permitiu a operação militar de 2 de maio de 2011 contra a residência de Bin Laden, durante a qual um comando de elite americano matou o inimigo número um dos Estados Unidos.

Oficialmente, Afridi não foi condenado pela falsa campanha de vacinação, e sim por supostos vínculos com o Lashkar e-Islam, grupo islamita armado, autor de vários sequestros no distrito tribal de Khyber, onde o médico morava.

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Durante o julgamento, Afridi negou pertencer a esta organizaçã e estar a par dos verdadeiros objetivos da campanha de vacinação organizada pela CIA.

Mas o ex-secretário de americano de Defesa Leon Panetta confirmou publicamente que Afridi trabalhava para a CIA. Por este motivo ele foi considerado um traidor no Paquistão.

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