Agência France-Presse
postado em 29/08/2013 12:17
Paris - O chefe da oposição síria, Ahmad al-Jarba, recebido nesta quinta-feira (29/8) pelo presidente francês François Hollande, declarou estar convencido de que uma "punição" internacional seria infligida a Damasco, mas não obteve um compromisso claro sobre a entrega de armas. Em um contexto de tensão dominado pela possibilidade de uma intervenção militar internacional na Síria, o líder do principal grupo de oposição sírio foi recebido por um pouco menos de uma hora em Paris.Em entrevista ao jornal Le Parisien, ele afirmou que a comunidade internacional tomará uma "decisão corajosa" se intervir na Síria contra o regime de Bashar al-Assad, acusado de matar centenas de civis em um ataque com armas químicas em 21 de agosto, nas proximidades de Damasco. "Que ele seja atingido e que este regime desapareça", disse al-Jarba, lamentando a passividade daqueles que apoiam a oposição. "Não duvidamos de sua sinceridade, mas faz dois anos que esperamos e não fizeram nada para nós", indicou.
[SAIBAMAIS]No final do seu encontro com Hollande, o líder da oposição, no entanto, expressou confiança de que uma "punição seria imposta a este criminoso e a sua máquina de morte". O embaixador na França da Coalizão Nacional síria, Monzer Makhous, estimou por sua vez que a França "tomou as decisões apropriadas." Mas o chefe de Estado francês, que havia anunciado terça-feira um amento do "apoio militar" da França à oposição síria, evitou se comprometer com o envio de armas. Hollande ressaltou que a comunidade internacional deve parar com "a escalada de violência" na Síria e assegurou seu apoio. "A França enviará todo apoio político, como fazemos há meses, mas também ajuda humanitária, material" à Coalizão, disse.
Os países europeus, que retiraram em maio seu embargo sobre as armas fornecidas aos rebeldes sírios, continuam reticentes quanto ao envio de armas pesadas, temendo que caiam nas mãos de jihadistas. A credibilidade política e militar da Coalizão Nacional síria é uma das principais preocupações dos ocidentais, preocupados com as divisões e rivalidades que continuam a minar esta organização. Em menos de um ano, a Coalizão mudou várias vezes de chefes, minando a confiança dos países ocidentais que a apoiam. "Há diferentes grupos na oposição", reconhece Muhammad Hussein al-Haj Ali, ex-general do Exército sírio que desertou e, agosto de 2012. E "infelizmente, não conseguimos unificar todos os oficiais que desertaram", acrescentou nesta quinta em uma entrevista à AFP.