Agência France-Presse
postado em 29/08/2013 20:21
Washington - O governo americano rejeitou a proposta brasileira de um acordo bilateral para as atividades de espionagem, anunciou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, nesta quinta-feira (29/8).
O ministro brasileiro terminou nesta quinta uma visita de dois dias a Washington, durante a qual se reuniu com o procurador-geral dos EUA, Eric Holden, com a assessora presidencial para Assuntos de Contraterrorismo, Lisa Monaco, e com o vice-presidente, Joe Biden.
"Fizemos uma proposta de caminhar para a celebração de um acordo para estabelecer regras sobre procedimentos na interceptação de dados. Nos disseram que os Estados Unidos não aceitarão firmar um acordo nesses termos com nenhum país do mundo em geral", disse Cardozo à imprensa na capital americana.
A visita de Cardozo a Washington e a proposta de um acordo são consequência das denúncias baseadas em documentos vazados pelo ex-analista de inteligência americano Edward Snowden. Segundo os documentos, os EUA interceptaram comunicações eletrônicas no Brasil (e no mundo), entre e-mails e ligações telefônicas.
"Manifestamos o desacordo brasileiro (...) em relação ao conhecimento de que haveria interceptação de dados sem autorização de autoridades brasileiras para uso da inteligência americana. Esses fatos implicam violação dos direitos humanos, violação da soberania brasileira e de direitos consagrados em nossa Constituição", frisou o ministro Cardozo.
Agentes americanos fizeram interceptação eletrônica no Brasil, supostamente, "com o objetivo de realizar ações contra o terrorismo", comentou Cardozo. "Mas, para nós, ficou claro que houve (...) coleta de dados para enfrentar organizações criminosas e narcotráfico, mas também, o que é pior, de ações diplomáticas brasileiras", acrescentou.
Ao ser consultado sobre se o Brasil continua "insatisfeito" com as explicações americanas, Cardozo foi taxativo: "Sim. Tudo estaria resolvido se tivéssemos acertado um acordo que fosse satisfatório para ambas as partes". Cardozo declarou que o fracasso de uma aproximação entre os dois países sobre esse escândalo pode afetar a visita oficial da presidente Dilma Rousseff a Washington, nos próximos meses.
Em meados de julho, Biden ligou para Dilma para lhe dar explicações sobre as denúncia de espionagem em território brasileiro. Mais recentemente, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, visitou o Brasil, e o escândalo da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) ocupou um lugar central na agenda.
Em uma entrevista coletiva durante a visita, Kerry ouviu o então ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, dizer que os Estados Unidos "gerariam desconfiança" se não oferecessem explicações satisfatórias. Kerry garantiu que o Brasil receberia as explicações, mas defendeu os trabalhos de inteligência. Segundo ele, a espionagem protege os EUA e o restante do mundo de ameaças.
O ministro brasileiro terminou nesta quinta uma visita de dois dias a Washington, durante a qual se reuniu com o procurador-geral dos EUA, Eric Holden, com a assessora presidencial para Assuntos de Contraterrorismo, Lisa Monaco, e com o vice-presidente, Joe Biden.
"Fizemos uma proposta de caminhar para a celebração de um acordo para estabelecer regras sobre procedimentos na interceptação de dados. Nos disseram que os Estados Unidos não aceitarão firmar um acordo nesses termos com nenhum país do mundo em geral", disse Cardozo à imprensa na capital americana.
A visita de Cardozo a Washington e a proposta de um acordo são consequência das denúncias baseadas em documentos vazados pelo ex-analista de inteligência americano Edward Snowden. Segundo os documentos, os EUA interceptaram comunicações eletrônicas no Brasil (e no mundo), entre e-mails e ligações telefônicas.
"Manifestamos o desacordo brasileiro (...) em relação ao conhecimento de que haveria interceptação de dados sem autorização de autoridades brasileiras para uso da inteligência americana. Esses fatos implicam violação dos direitos humanos, violação da soberania brasileira e de direitos consagrados em nossa Constituição", frisou o ministro Cardozo.
Agentes americanos fizeram interceptação eletrônica no Brasil, supostamente, "com o objetivo de realizar ações contra o terrorismo", comentou Cardozo. "Mas, para nós, ficou claro que houve (...) coleta de dados para enfrentar organizações criminosas e narcotráfico, mas também, o que é pior, de ações diplomáticas brasileiras", acrescentou.
Ao ser consultado sobre se o Brasil continua "insatisfeito" com as explicações americanas, Cardozo foi taxativo: "Sim. Tudo estaria resolvido se tivéssemos acertado um acordo que fosse satisfatório para ambas as partes". Cardozo declarou que o fracasso de uma aproximação entre os dois países sobre esse escândalo pode afetar a visita oficial da presidente Dilma Rousseff a Washington, nos próximos meses.
Em meados de julho, Biden ligou para Dilma para lhe dar explicações sobre as denúncia de espionagem em território brasileiro. Mais recentemente, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, visitou o Brasil, e o escândalo da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) ocupou um lugar central na agenda.
Em uma entrevista coletiva durante a visita, Kerry ouviu o então ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, dizer que os Estados Unidos "gerariam desconfiança" se não oferecessem explicações satisfatórias. Kerry garantiu que o Brasil receberia as explicações, mas defendeu os trabalhos de inteligência. Segundo ele, a espionagem protege os EUA e o restante do mundo de ameaças.