Agência France-Presse
postado em 30/08/2013 00:20
Washington - A Casa Branca consultou nesta quinta-feira os líderes do Congresso para comunicar as informações em seu poder sobre o ataque com armas químicas na Síria e a eventual ação militar contra o regime em Damasco.O presidente americano, Barack Obama, ainda não tomou uma decisão sobre o ataque, disse um congressista que participou da teleconferência - de cerca de 90 minutos - entre membros do Executivo e legisladores. "A equipe de segurança nacional da administração (Obama) segue avaliando suas opções e manterá as consultas com o Congresso", revelou o representante democrata Eliot Engel.
Participaram da teleconferência altos funcionários do Executivo, como a conselheira de Segurança Nacional, Susan Rice, o secretário de Estado, John Kerry, o secretário de Defesa, Chuck Hagel, e o vice-chefe do Estado-Maior conjunto, Sandy Winnefeld.
Um porta-voz da presidência confirmou que "até o final da semana" será publicada uma "versão sobre a investigação envolvendo o uso de armas químicas por parte do regime" do presidente sírio, Bashar al-Assad. Na quarta-feira, o Congresso americano pediu a Obama que revele publicamente seus projetos de ataques militares contra a Síria, por meio de uma carta enviada pelo presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner.
"É fundamental que envie uma explicação clara e sem ambiguidade sobre a maneira que uma ação militar, que é um meio e não uma política, permitirá alcançar os objetivos americanos e como se articula com sua política global", escreveu Boehner. O dirigente republicano lamentou que os contatos entre a Casa Branca e os responsáveis das comissões competentes do Congresso não tenham "atingido um nível substancial de consulta".
Alguns parlamentares, como o republicano John McCain, pressionam Obama para que ordene um bombardeio contra o regime sírio, mas 116 representantes da Câmara (do total de 435), entre eles 18 democratas, assinaram uma carta comum para reivindicar a convocação do Congresso para autorizar formalmente os ataques à Síria.
Em tese, a lei americana requer uma autorização votada pelo Congresso para qualquer envio prolongado de forças ao exterior, mas os presidentes costumam considerar que, como comandantes-em-chefe, dispõem do poder constitucional de realizar operações militares sem o aval do Legislativo. Os ataques aéreos à Líbia em março de 2011 foram decididos unicamente por Barack Obama.