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Acusados de golpe de Estado de 1997 são julgados em Ancara, na Turquia

Entre os réus estão o número um do Exército turco de 1994 a 1998, o ex-general Haki karadayi, de 81 anos, e o vice na época, o ex-general Cevik Bir, e muitos outros oficiais reformados

postado em 02/09/2013 10:53
O julgamento dos supostos autores de um golpe militar que derrubou, em 1997, o primeiro governo islâmico da Turquia, teve início nesta segunda-feira (2/9) em um tribunal de Ancara. Cento e três acusados, 37 deles sob custódia, vão se apresentar à 13; Câmara Penal de Ancara neste julgamento considerado um novo capítulo na guerra do regime islâmico-conservador turco para afastar os generais da esfera política.

Mulheres que se dizem vítimas do golpe fazem protesto em frente ao tribunal
Entre os réus estão o número um do Exército turco de 1994 a 1998, o ex-general Haki karadayi, de 81 anos, e o vice na época, o ex-general Cevik Bir, e muitos outros oficiais reformados. O Ministério Público recomendou que os acusados sejam condenados à prisão perpétua.

Todos os acusados estão detidos na prisão de Sincan, nos arredores de Ancara. As próximas audiências poderão durar vários dias. Pela manhã, dezenas de pessoas se reuniram ante o palácio da justiça em apoio aos acusados. "Somos os soldados de Mustafa Kemal", o fundador da Turquia moderna, proclamavam.



Outros manifestantes, que se apresentavam como vítimas do golpe de Estado, exigiram que se fizesse justiça, como proclamavam seus pancartas. Os acontecimentos de 1997 na Turquia são considerados como um "golpe de Estado pós-moderno", porque os generais conseguiram derrubar o governo sem violência ou derramamento de sangue, e não impuseram um regime militar.

Desde a chegada ao poder do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), em 2002, o governo islâmico-conservador de Recep Tayyip Erdogan faz todo o possível para reduzir a influência dos militares na política. Dezenas de oficiais da ativa ou aposentados estão atualmente na prisão, condenados ou acusados por supostas conspirações contra o governo.

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