Mundo

Alemanha recomenda julgamento de 30 ex-guardas do extermínio de Auschwitz

O serviço examinou os casos de 39 supostos ex-guardas de Auschwitz, o mais velho deles com 97 anos, informou o procurador especial Kurt Schrimm

Agência France-Presse
postado em 03/09/2013 11:09
Ludwigsburg - O serviço alemão que investiga os crimes nazistas decidiu enviar à justiça os casos de 30 supostos ex-guardas do extermínio de Auschwitz para que sejam julgados por cumplicidade de homicídio. O serviço examinou os casos de 39 supostos ex-guardas de Auschwitz, o mais velho deles com 97 anos, informou o procurador especial Kurt Schrimm. Nove ex-guardas residem no exterior.

[SAIBAMAIS]"Os documentos serão enviados aos promotores correspondentes nos estados regionais onde moram os supostos criminosos de guerra", explicou Schrimm. O serviço alemão de investigação sobre crimes do nacional-socialismo, que Schrimm dirige, realizou mais de 7.000 investigações desde sua criação em 1958, mas não tem autoridade para iniciar procedimentos penais. Os promotores devem decidir se ações judiciais devem ser iniciadas e se os acusados são aptos para julgamentos. O serviço identificou originalmente 49 supostos guardas do campo de Auschwitz, construído pelos nazistas na Polônia ocupada. Nove morreram e 30 ainda moram na Alemanha.



Mais de seis mil pessoas trabalharam em Auschwitz, onde 1,1 milhão de judeus, ciganos, homossexuais e opositores políticos morreram em câmaras de gás, de esgotamento por trabalhos forçados ou vítimas de doença. Durante mais de 60 anos, os tribunais da Alemanha julgaram apenas os acusados contra os quais existiam provas ou testemunhos diretos. Mas a condenação do apátrida de origem ucraniana John Demjanjuk em Munique em maio de 2011 estabeleceu jurisprudência. Demjanjuk foi considerado culpado de participação no assassinato de 28.000 judeus, pois o tribunal estabeleceu que ele era guarda no campo de Sobibor, mesmo sem provar seu envolvimento direto nos crimes.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação