Agência France-Presse
postado em 03/09/2013 13:21
Veneza - O diretor israelense Amos Gitai, que exibe nesta terça-feira (3/9) no Festival de Veneza o filme "Ana Arabia", pediu ao mundo do cinema a promoção da convivência pacífica ante a tensão na Síria. "Cineastas, artistas, escritores, nós temos que questionar e encontrar os meios para dizer que uma convivência pacífica é possível, apesar do momento nervoso para a região", declarou o cineasta. "Há dinheiro, armas, bombas, mas são necessárias ideias, porque com elas se muda o planeta. Assim não podemos hesitar para propor ideias", disse o diretor, cujo novo filme, rodado em um único plano sequência de 85 minutos de duração, recora o período em que hebreus e árabes conviviam pacificamente .[SAIBAMAIS]O cineasta israelense, que propõe uma reflexão sobre a imtolerância que alimenta o conflito do Oriente Médio, se inspira em uma história real, publicada pela AFP, sobre uma comunidade na qual convivem árabes e israelenses: parte da história de uma judia nascida em um campo de extermínio na Europa que se casou com um árabe e manteve o passado em segredo por mais de 50 anos. O famoso diretor, premiado em Veneza por "Terra Prometida", admitiu também o desconcerto com a grave crise na Síria e a possibilidade de uma intervenção militar dos Estados Unidos e de seus aliados no país.
"Eu me sinto como todos, afetado pelas brutalidades, a guerra sem fim e pelo fato da Síria matar os próprios cidadãos. Mas não seu como é possível deter este assunto tão preocupante", admitiu. A mensagem pacifista do filme e a ausência de cortes como emblema de convivência servem de fio condutor das histórias das sete pessoas que vivem em um enclave pobre, mas tranquilo, entre Jaffa e Tel Aviv. "Temos que manter a utopía na vida, mesmo nos piores momentos", disse Gitai.