Mundo

Síria não se curvará mesmo se houver Terceira Guerra Mundial, diz governo

Segundo o vice-ministro sírio das Relações Exteriores, Fayçal Moqdad, "os Estados Unidos e seus aliados se mobilizam para uma agressão contra a Síria"

Agência France-Presse
postado em 04/09/2013 10:27
Damasco - "O regime sírio não se curvará às ameaças de um ataque de Ocidente, mesmo se houver uma Terceira Guerra Mundial", afirmou à AFP, nesta quarta-feira (4/9), o vice-ministro sírio das Relações Exteriores, Fayçal Moqdad. "O governo sírio não mudará sua posição. Nenhum sírio pode sacrificar a independência de seu país", ressaltou Moqdad, garantindo que Damasco tomou todas as medidas para reagir a uma agressão externa, no momento em que Estados Unidos e França tentam formar uma coalizão para "punir" o regime sírio pelo suposto uso de armas químicas.

Meninos andam sobre os escombros de edifício que foi bombardeiado por parte das forças leais ao presidente da Síria, Bashar al-Assad, no bairro Duma de Damasco
"Não vamos dar informações sobre como a Síria vai responder às agressões. A Síria tomou todas as medidas para reagir e mobiliza seus aliados", como a Rússia e o Irã, garantiu. "Com base na Carta das Nações, a Síria tem o direito de responder a uma agressão sem justificativa e sem base no direito internacional", considerou Moqdad, acrescentando que seu país "tem o direito de mobilizar seus aliados e receber deles todo o tipo de apoio".

O vice-ministro questionou duramente a política francesa e advertiu para as possíveis consequências regionais de um ataque, principalmente, para o risco do fortalecimento de grupos islamitas, como aconteceu em outros países protagonistas das revoluções árabes que estouraram em 2011. "Se a França quiser apoiar a Al-Qaeda e a Irmandade Muçulmana, como apoiou no Egito e em outras regiões do mundo, fracassará na Síria", garantiu durante a entrevista concedida na sede do Ministério das Relações Exteriores.



[SAIBAMAIS]"É vergonhoso que o presidente francês diga: ;Se o Congresso aprovar, vou à guerra, se não aprovar, não vou;, como se o governo francês não tivesse mais nada a dizer", afirmou Moqdad. "Ninguém pode prever a situação na região depois de uma agressão", advertiu, ressaltando que o regime sírio está mobilizando seus aliados e que a posição da Rússia não mudou.

"Irã, Rússia, África do Sul e vários países árabes rejeitaram a agressão e estão dispostos a enfrentar a guerra que será declarada pelos Estados Unidos e seus aliados, incluindo a França, contra a Síria", salientou o vice-ministro. "A posição da Rússia não mudou. É uma posição responsável de um amigo que está a favor da paz", acrescentou, ao comentar as declarações do presidente russo, Vladimir Putin, feitas em Moscou.

Putin, maior aliado de Bashar al-Assad fora do Oriente Médio, disse nesta quarta que, se ficar comprovado quais armas foram usadas e quem as utilizou, a Rússia "estará disposta a atuar de maneira mais decisiva e séria". Mas depois, o presidente russo lançou um alerta de que uma aprovação do Congresso americano a um ataque à Síria seria considerada por ele uma agressão.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação