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Justiça nega divulgar informações a Hollywood sobre operação Bin Laden

Em sua argumentação, o Departamento de Justiça destacou que essa publicação poderia causar "um risco desnecessário à segurança e à contra-inteligência"

Agência France-Presse
postado em 04/09/2013 14:37
Washington - A justiça dos Estados Unidos se negou a divulgar as informações que a CIA forneceu aos produtores do filme "A hora mais escura" para que pudessem contar a história da captura e morte do terrorista mais procurado do mundo, Osama Bin Laden, informaram fontes judiciais nesta quarta-feira (4/9).

O juiz federal Rudolph Contreras rejeitou o pedido da organização não-governamental Judicial Watch, que reinvindicava a publicação dos nomes das pessoas-chave da operação contra Osama bin Laden, que a CIA e o Pentágono repassaram aos criadores do longa-metragem.

O magistrado argumenta que, embora os nomes dos quatro altos funcionários da CIA e do membro do comando tenham sido passados à diretora Kathryn Bigelow e ao cenógrafo Mark Boal durante as filmagens, eles não aparecem nos créditos do filme e, portanto, "não pertencem ao domínio público".

Em sua argumentação, o Departamento de Justiça destacou que essa publicação poderia causar "um risco desnecessário à segurança e à contra-inteligência."

A Judicial Watch anunciou que iria recorrer da decisão. Em um comunicado, afirmou que havia fornecido documentos que comprovavam que "a administração Obama permitiu um acesso pouco habitual a informações secretas, incluindo os nomes dos agentes da CIA envolvidos na operação contra bin Laden."



"O governo queria facilitar a produção do filme que retrata com precisão as pessoas envolvidas na busca a bin Laden", acrecenta o advogado da organização, Chris Fedeli.

Em um caso semelhante, um dos acusados pelo atentado de 11 de setembro exigiu à justiça militar de Guantánamo acesso às mesmas informações concedidas a cineastas de Hollywood. Trata-se do paquistanês Ali Abd al-Aziz Ali, também conhecido como Ammar al-Baluchi, identificado no filme como o detento torturado em uma prisão secreta da CIA.

"O fato de um juiz decidir que a CIA pode ocultar informações sobre o ;A hora mais escura; não significa que o Ministério Público pode esconder as mesmas informações dos defensores da al-Baluchi", disse à AFP James Connell, advogado de defesa do juiz Contreras.

"O pedido se justifica", argumenta o advogado em seu recurso. "Os Estados Unidos forneceram mais informações para os produtores de ;A hora mais escura; em relação ao tratamento dispensado a al-Baluchi na prisão da CIA do que para a sua defesa", acrescenta.

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