Agência France-Presse
postado em 05/09/2013 15:25
Líderes do Pacífico assinaram uma declaração nesta quinta-feira (5/9), comprometendo-se a agir com urgência contra as mudanças climáticas e pedindo que o resto do mundo os acompanhe no enfrentamento desta ameaça à sua própria existência.Os 15 membros do Fórum de Ilhas do Pacífico (FIP) concluíram a chamada Declaração de Majuro, que recebeu este nome em homenagem à capital das Ilhas Marshall, onde se reuniram esta semana, afirmando que o documento deveria mudar o jogo dos estancados esforços de enfrentamento contra as mudanças no clima.
A declaração contém compromissos específicos de cada país-membro do FIP para reduzir emissões de gases estufa e adotar energia renovável de cada país-membro do FIP, alguns dos quais estão cerca de um metro acima do nível do mar e enfrentam o risco de ser engolidos pelo aumento do nível dos oceanos.
O presidente das Ilhas Marshall, Christopher Loeak, disse que a declaração foi apenas o começo e acrescentou que "o trabalho de verdade começa agora": persuadir o resto do mundo a também agir concretamente sobre o tema. "Queremos que nossa Declaração de Majuro por uma liderança climática seja uma mudança de paradigma no combate mundial às mudanças climáticas", afirmou.
Ele disse que o objetivo foi criar a vontade política para o mundo adotar metas de mudanças climáticas legalmente vinculantes em 2015.
A missão começa na sexta-feira, quando líderes do FIP se reunirão com representantes de 13 países que assistem à conferência como parceiros de diálogo, inclusive grandes poluidores como a China e os Estados Unidos, e tentarão incluí-los na declaração.
O FIP apresentará o documento ao secretário-geral das Nações Unidas, em Nova York, para amparar seus esforços de forjar um acordo climático ambicioso.
A Comissária de Clima da União Europeia, Connie Hedegaard, que está em Majuro para a reunião, disse esta semana que os países do Pacífico estavam "dando um exemplo moral" para o mundo.
O presidente de Palau, Tommy Remengesau Jr., cujo país foi escolhido para sediar a cúpula do FIP ano que vem, disse que os líderes do Pacífico querem conquistar o resto do mundo em sua causa ao dar o exemplo, ao invés de insistir para que ajam. "Não faz parte da cultura do Pacífico usar palavras duras ou fazer exigências", afirmou. "Mas a questão é a nossa própria sobrevivência e sustentabilidade como um povo", acrescentou.
Os líderes também endossaram um relatório de um Relator Especial da ONU sobre testes nucleares feitos nas Ilhas Marshall e que pede ao governo dos Estados Unidos o pagamento de cerca de US$ 2 bilhões em compensações aos insulanos afetados. Os Estados Unidos realizaram 67 testes com armas nucleares no arquipélago entre 1946 e 1958.
Os líderes do FIP disseram que tanto os Estados Unidos quanto as Nações Unidas "têm a obrigação de encorajar uma resolução justa e final para os Marshallinos".