postado em 06/09/2013 12:48
Sydney - O Partido Liberal é o favorito nas eleições gerais deste sábado na Austrália ante os trabalhistas, que em seis anos no poder viram um crescimento da economia, mas também o aumento das disputas internas. As pesquisas apontam a vitória do partido liberal de Tony Abbott, de 55 anos, que se tornaria o 29; primeiro-ministro do país. De acordo com as últimas sondagens, os liberais conquistariam 87 cadeiras no Parlamento e os trabalhistas, liderados por Kevin Rudd, de 55 anos e atual chefe de Governo, apenas 60.A votação (obrigatória) começou há alguns meses em algumas áreas do gigantesco país, onde é necessário enviar delegações às regiões mais isoladas para garantir o direito de voto de todos. Além de liberais e trabalhistas, quase 50 partidos disputam as eleições. Entre os candidatos estão Julian Assange, fundador do WikiLeaks e que tenta uma vaga no Senado apesar de estar refugiado desde junho de 2012 na embaixada do Equador em Londres, e o excêntrico milionário Clive Palmer, que está construindo uma réplica exata do Titanic.
Apesar da rivalidade, não existem grandes diferenças entre as propostas dos liberais e dos trabalhistas. Os dois partidos concordam em suas políticas sobre saúde e educação. Kevin Rudd e Tony Abott são igualmente intransigentes com os imigrantes clandestinos que chegam diariamente às praias australianas a bordo de embarcações improvisadas.
Em julho, o governo de Rudd anunciou o fechamento das fronteiras para os imigrantes ilegais, que a partir de agora serão expulsos para Papua Nova-Guiné. A economua é o principal trunfo da campanha do atual primeiro-ministro. A Austrália é o único grande país ocidental que escapou da recessão em 2008 graças a suas matérias-primas e à demanda de economias emergentes como Índia e China.
Mas nos últimos meses a desaceleração chinesa, principal parceiro comercial do país, e a queda dos preços das matérias-primas afetaram o crescimento. No segundo trimestre de 2013, o PIB cresceu 2,6% em ritmo anual, menso que os 3% de média dos últimos anos. O índice de desemprego está em 5,5% e deve aumentar nos próximos meses. A Austrália enfrenta ainda o fim do boom da mineração, um problema que deverá ser resolvido nos próximos anos.
O Partido Trabalhista foi afetado pelo desencanto dos eleitores por suas lutas internas. Rudd foi primeiro-ministro entre 2007 e 2010, antes de ser afastado pelo próprio partido e subsituído por Julia Gillard. Mas Gillard foi afastada por seus aliados em junho, em consequência dos resultados ruins nas pesquisas e foi substituída por Kevin Rudd.
"Toda esta história deixou um sabor amargo entre os eleitores", afirma Nick Economou, analista político da Monash University. Ao mesmo tempo, Tony Abbott, conhecido pelas gafes, está tentando melhorar sua imagem. Além disso, tem o apoio do grupo de comunicação do magnata Rupert Murdoch, onipresente na imprensa australiana.