Agência France-Presse
postado em 06/09/2013 18:50
WASHINGTON - Um ataque militar dos Estados Unidos contra a Síria deve ter o objetivo de interromper a campanha do governo de Bashar al-Assad de "matar até a vitória", disse nesta sexta-feira (6/9) a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Samantha Power. "Essa operação, combinada com os esforços em marcha para melhorar a capacidade militar da oposição moderada, deveria reduzir a fé do regime (sírio) de que podem matar até a vitória", afirmou Power, em discurso pronunciado em Washington.
Ainda que o ataque possa ser uma resposta ao uso de armas químicas contra civis, Power avaliou que também pode ajudar a trazer Al-Assad para a mesa de negociações para colocar um ponto final em uma guerra que já se arrasta por 30 meses.
Power criticou a paralisia do Conselho de Segurança da ONU em relação à guerra na Síria e acrescentou: "Nesse caso, o uso de uma força militar limitada pode fortalecer nossa diplomacia e finalizar os esforços da ONU e outros para alcançar uma solução negociada para o conflito".
A embaixadora americana na ONU não ofereceu justificativas legais para um ataque militar contra a Síria, uma das principais objeções que persistem no Congresso, que deve votar se apoia, ou não, essas ações. "É claro que a Síria constitui uma dessas ocasiões, como Kosovo, onde o Conselho (de Segurança da ONU) está tão paralisado que outros países têm de agir por fora dele, se quiserem evitar as violações da lei e da moral internacional", acrescentou.
O presidente Barack Obama busca a aprovação do Congresso americano e apoio internacional para seu projeto de ataque à Síria em resposta ao suposto uso de armas nucleares contra civis perto de Damasco, em 21 de agosto, que teria sido cometido pelo regime de Bashar al-Assad.
De acordo com o governo americano, mais de 1.400 pessoas morreram por causa do ataque com gás sarin. O governo sírio nega qualquer responsabilidade no episódio.