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Conservador Tony Abott vence eleições gerais na Austrália

Abbott prometeu que formará um governo confiável e competente

Agência France-Presse
postado em 07/09/2013 12:17
Tony Abott venceu as eleições gerais deste sábado (07/09), um resultado reconhecido pelo primeiro-ministro trabalhista Kevin Rudd
Sydney - O líder da oposição conservadora australiana, Tony Abott, venceu as eleições gerais deste sábado (07/09), um resultado reconhecido pelo primeiro-ministro trabalhista Kevin Rudd, afetado por anos de lutas internas em seu partido. Abbott prometeu que formará um governo confiável e competente. "Posso informá-los que o governo da Austrália mudou", disse aos partidários reunidos em Sydney.

"Agora olho para o futuro para formar um governo competente, confiável", completou. Pouco antes, Rudd admitiu a derrota diante dos partidários em Brisbane, região leste da Austrália. "Liguei para Tony Abbot para reconhecer a derrota nas eleições nacionais. Como primeiro-ministro da Austrália, desejo o melhor no alto cargo de chefe de Governo do país", declarou.

Rudd também anunciou que deixará a liderança do partido. "Acredito que o povo australiano merece o início de uma nova liderança". Com 83% dos votos apurados, a Comissão Eleitoral anunciou 88 cadeiras para a coalizão liderada pelo Partido Liberal de Abbott e 56 para os trabalhistas, de um total de 150 vagas na Câmara Baixa do Parlamento.

Vários líderes trabalhistas, incluindo o ministro da Defesa Stephen Smith, já haviam admitido o resultado. "O governo será derrotado esta noite", disse Smith. "Vejo com pessimismo um resultado comparável ao de 1996, uma ampla derrota para o governo", acrescentou, em referência à votação que levou o conservador John Howard ao poder.



A ministra da Saúde, Tanya Plibersek, também estava pessimista. "O que definitivamente fica claro é que a desunião é a morte e ainda não somos suficientemente disciplinados", lamentou. O Partido Trabalhista ficou no poder durante dois mandatos consecutivos de três anos, que foram marcados por uma economia próspera, mas também pelas lutas internas.

Rudd foi primeiro-ministro entre 2007 e 2010, antes de ser afastado pelo próprio partido e substituído pela Julia Gillard. Mas Gillard, primeira mulher chefe de Governo do país, também foi afastada pelos aliados em junho por seus resultados ruins nas pesquisas e foi substituida por Rudd.

Depois disso, Gillard optou por abandonar a política e não disputou as eleições deste sábado (07/09). Para o ex-primeiro-ministro trabalhista Bob Hawke, que venceu quatro eleições sucessivas nos anos 1980 e 1990, "as manipulações pessoais e a busca de interesses dominaram mais do que deveriam".

"Na verdade, acredito que esta eleição foi mais perdida pelo governo do que vencida pela oposição", disse ao canal Sky. Apesar da rivalidade, não existem grandes diferenças entre as propostas dos liberais e dos trabalhistas. Os dois partidos concordam em suas políticas sobre saúde e educação. Rudd e Abott são igualmente intransigentes com os imigrantes clandestinos que chegam diariamente às praias australianas a bordo de embarcações improvisadas.

Em julho, o governo de Rudd anunciou o fechamento das fronteiras para os imigrantes ilegais, que a partir de agora serão expulsos para Papua Nova-Guiné. A economia era o principal trunfo da campanha de Rudd. A Austrália foi o único grande país ocidental que escapou da recessão em 2008 graças a suas matérias-primas e à demanda de economias emergentes como Índia e China.

Mas nos últimos meses a desaceleração chinesa, principal parceiro comercial do país, e a queda dos preços das matérias-primas afetaram o crescimento.

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