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Alguns sírios esperam que intervenção militar acelere o fim da guerra civil

A esperança, no entanto, é ofuscada por uma dose de ceticismo, provocada pela inação da comunidade internacional

Rodrigo Craveiro
postado em 08/09/2013 08:00
O bairro de Al-Khalidiyah, em Homs, com a mesquita de Khaled bin Walid em primeiro plano: cenário desolador

Para muitos sírios, o som das primeiras explosões de mísseis Tomahawk lançados pelos Estados Unidos ; caso a intervenção militar ocorra ; será o vislumbre do fim de um pesadelo. Há dois anos e meio, a rotina de milhões de pessoas tem sido marcada pelo medo da morte, pela fome e pelo luto. A esperança, no entanto, é ofuscada por uma dose de ceticismo, provocada pela inação da comunidade internacional. O Correio entrevistou, por meio da internet, moradores de diferentes cidades da Síria. Em meio a histórias de horror e de sofrimento, eles contaram como veem a iminência de uma ofensiva norte-americana. ;É responsabilidade do mundo deter os crimes de Bashar Al-Assad;, opinou Abo Al-Hareth, membro do Exército Sírio Livre (ESL), a principal força rebelde, e morador de Al-Ghouta, subúrbio da capital, Damasco, atacado com armas químicas em 21 de agosto. Ele defende que o Pentágono centralize o poder de fogo sobre depósitos de armas químicas, aeroportos militares, plataformas de mísseis e o palácio presidencial. ;Queremos matar Al-Assad com nosssas próprias mãos. Se os EUA nos derem armas, será de grande ajuda;, acrescentou.

A guerra civil escasseou os alimentos em Al-Ghouta. Dois anos atrás, um pão custava o equivalente a 5 centavos de dólar. Hoje, vale cinco vezes mais. Há um ano, o bloqueio militar impede que comida e água potável cheguem a Homs, cidade situada 162km a norte de Damasco. A população recorre a poços artesianos, e a água poluída começa a espalhar doenças. ;Estamos prontos para uma intervenção militar e esperamos que ela interrompa o banho de sangue. Estamos cansados da guerra;, disse Rose Homsi, 24 anos, que interrompeu a carreira de webdesigner para se dedicar ao ativismo. Ela acredita que os bombardeios americanos vão dar início a um conflito que se estenderá por anos. ;Defendo qualquer ação que seja capaz de pôr fim à crise e de derrubar mortalmente o governo.;

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