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Aliado do presidente da Rússia vence eleição municipal em Moscou

Com a maioria absoluta, Sobianin, fiel aliado do presidente russo, Vladimir Putin, foi eleito no primeiro turno

Agência France-Presse
postado em 09/09/2013 10:15
Mosocu - O prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, venceu a eleição municipal com 51,37% dos votos, segundo o resultado final anunciado nesta segunda-feira (9/9), questionado pelo candidato opositor Alexei Navalny, que ameaçou levar seus partidários às ruas. Com a maioria absoluta, Sobianin, fiel aliado do presidente russo, Vladimir Putin, foi eleito no primeiro turno. Principal opositor de Putin, Navalny recebeu 27,24% dos votos, um resultado considerado um sucesso pelos analistas.

O índice de participação foi de apenas 32%. "Navalny é agora o líder indiscutível da oposição", afirma o jornal Vedomosti. Mas Navalny denunciou "falsificações evidentes" no domingo à noite. "Pedimos a anulação dos votos em casa e a organização do segundo turno", disse, em referência ao processo estabelecido para as pessoas que não tinham condições de seguir até os locais de votação e que, segundo a oposição, foi afetado por fraudes. Mais de 104 mil moscovitas votaram em casa, de acordo com dados oficiais.



[SAIBAMAIS]"Caso contrário, pediremos aos cidadãos que saiam às ruas", completou Navalny. Um comício foi convocado para a tarde de segunda-feira em Moscou, após um pedido de autorização à prefeitura. Entrevistado pela AFP, Dmitri Oreshkin, cientista político que coordenou os observadores independentes, acredita que podem ter acontecido fraudes nos votos residenciais para que Sobianin evitasse o segundo turno. "Sobianin obteve pouco mais de 50% e 1% a mais ou a menos tinha para ele uma importância vital. Para obter o resultado, podem ter acontecido fraudes durante a votação em casa, nos quartéis e em alguns centros eleitorais", disse.

Mas Oreshkin destacou que estas eleições foram mais honestas que as anteriores. No domingo, Sobianin declarou que estava seguro da vitória. "Organizamos as eleições mais abertas e honestas da história de Moscou", disse. Para Nikolai Petrov, professor da Escola Superior de Economia de Moscou, com a votação, Navalny virou um "político de magnitude nacional". Condenado em julho a cinco anos de prisão por acusações de desvio de fundos, que ele considera uma perseguição, Navalny foi detido e depois liberado pela justiça até a análise da apelação.

"Agora transformarão sua pena em uma condenação condicional, o que impedirá a explosão de protestos e, ao mesmo tempo, o afastará no momento da política", considerou Petrov. "Navalny teve um grande êxito, não se pode prender um político desta estatura", afirmou o cientista político Igor Bunin. Navalny, um advogado de 37 anos muito crítico da corrupção, liderou os protestos contra o Kremlin no fim de 2011 e início de 2012. O opositor liderou uma campanha muito ativa nas ruas e na internet.

O opositor mobilizou milhares de voluntários e mais de 100 milhões de rublos (3 milhões de dólares) em doações, pois vários chefes de pequenas empresas manifestaram publicamente seu apoio a ele. O famoso economista Serguei Guriev, recentemente refugiado na França, é o autor de seu programa econômico. Navalny, que tinha como lema "não roubar, não mentir", prometeu no passado prender Putin e seus assessores, que foram alvo de várias de suas investigações anticorrupção. Sobyanin, por sua vez, um gestor eficaz, mas sem carisma, fez campanha em um estilo diferente, recusando-se a participar de debates.

Ele intensificou seus esforços para atrair os eleitores, criando um sistema de serviço de bicicletas e grandes projetos de renovação no centro histórico. Nomeado pelo Kremlin em 2010 por decreto após o afastamento de seu antecessor, Yuri Luzhkov, ele convocou uma eleição antecipada.

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