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Homens acusados de estupro coletivo na Índia são considerados culpados

Segundo um tribunal indiano "todos os acusados são culpados de estupro coletivo, destruição de provas e pelo assassinato de uma vítima indefesa"

Agência France-Presse
postado em 10/09/2013 07:43
Nova Délhi - Um tribunal indiano considerou culpados os quatro adultos acusados pelo estupro coletivo e morte de uma estudante em um ônibus de Nova Délhi em dezembro do ano passado. "Todos os acusados são declarados culpados. São culpados de estupro coletivo, destruição de provas e pelo assassinato de uma vítima indefesa", anunciou o juiz Yogesh Khanna.

[SAIBAMAIS]Os quatro réus podem ser condenados à pena de morte. O advogado de um dos acusados anunciou que vai apelar do veredicto. "Meu cliente dirigia o ônibus. Reconheceu honestamente que dirigia o ônibus, mas que não sabia o que acontecia dentro do veículo", disse V.K. Anand, que defende Mukesh Singh. Os quatro acusados escutaram o veredicto na sala de audiência e depois foram levados pela polícia. Os pais e o irmão da vítima também estavam presentes.



Em 31 de agosto, um tribunal indiano também declarou culpado, no mesmo caso, um jovem e o condenou a três anos de detenção, a pena máxima porque ele era menor de idade no momento do crime. A estudante foi estuprada e agredida com uma barra de ferro em 16 de dezembro de 2012 em um ônibus quando voltava do cinema com o namorado. Ela faleceu em consequência dos ferimentos em 29 de dezembro em um hospital de Cingapura.

As leis contra os crimes sexuais foram reforçadas desde então e a pena de morte foi incluída como possível punição para os estupradores cujas vítimas faleceram ou ficaram em estado grave. A justiça indiana considerou os quatro acusados culpados de todas as acusações apresentadas. "Todos os acusados são declarados culpados. São culpados de estupro coletivo, destruição de provas e pelo assassinato de uma vítima indefesa", anunciou o juiz Yogesh Khanna.


Um quinto acusado, que tinha 17 anos no momento do crime, foi condenado no fim de agosto a três anos de detenção, a pena máxima para este crime quando se trata de menores de idade. Um sexto indivíduo, que foi apresentado como o líder do grupo, foi encontrado morto em sua cela em março. A morte foi considerada um suicídio pelas autoridades penitenciárias. O processo dos quatro homens aconteceu em ritmo acelerado e mais de 100 testemunhas foram interrogadas durante os sete meses de audiência. O depoimento da vítima no leito do hospital também foi considerado.


A família da estudante, que não escondeu a decepção com a condenação do menor de idade a três anos de prisão, exige que os quatro adultos sejam enforcados. "Nós não aceitaremos nada que não seja a pena de morte", declarou à AFP na semana passada o pai da jovem, cujo nome não pode ser revelado. "Nunca pensei que um ser humano poderia tratar outro tão mal", disse o namorado da estudante falecida, antes da divulgação da decisão judicial. "Eles queriam que morrêssemos. Agora eu quero que eles morram e ela também queria que morressem. Queria que ateassem fogo neles", acrescentou A Índia prevê a pena de morte para certos crimes, mas as execuções são raras.

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