Mundo

Morte de ativista deflagra choque entre polícia e manifestantes na Turquia

O jovem, de 22 anos, morreu atingido na cabeça por uma bomba de gás lacrimogêneo durante os choques entre manifestantes e policiais

Agência France-Presse
postado em 10/09/2013 18:46
Manifestações e confrontos com a polícia se espalharam pela Turquia nesta terça-feira (10/9), após a morte, na véspera, do jovem Ahmet Atakan no sul do país. O jovem, de 22 anos, morreu durante os choques entre manifestantes e policiais.

Entre 2.000 e 3.000 pessoas se reuniram nesta terça-feira (10/9) nas imediações da praça Taksim, em Istambul, para homenagear a vítima. "O governo terá de prestar contas", "Taksim será o cemitério do fascismo", gritavam os manifestantes, enquanto a polícia tentava impedi-los de chegar à praça.

Ahmet Atakan foi atingido na cabeça por uma bomba de gás lacrimogêneo. Fazia parte de um grupo de manifestantes que se reuniram na cidade de Antakya para prestar uma homenagem a uma das vítimas dos protestos contra o governo, em junho passado - informou a agência Dogan.

Cerca de 150 manifestantes enfrentaram o Batalhão de Choque, que usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. As autoridades locais negaram essa versão. Segundo o governo, o jovem caiu de um telhado, quando jogava pedras na polícia.



O enterro de Ahmet Atakan deu lugar a novos confrontos nesta terça, em Hatay, onde a polícia tentou dispersar pelo menos mil manifestantes com gás lacrimogêneo e jatos d;água, completou a Dogan.

Grupos de manifestantes continuavam desafiando a polícia nesta terça à noite, protegendo-se atrás de barricadas improvisadas e queimando latas de lixo e pneus, informou o canal NTV. Os confrontos com a polícia se estenderam a outras cidades turcas.

Em junho, as manifestações no Parque Gezi e na Praça Taksim, que tinham como primeiro objetivo salvar as árvores desse parque - ameaçadas por um projeto urbanístico promovido pelo governo -, transformaram-se em um protesto generalizado contra o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.

Essa onda de protestos de junho terminou com cinco mortos e quase 8.000 feridos, de acordo com o último registro da Associação de Médicos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação