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Novo ataque contra o exército egípcio no Sinai deixa seis soldados mortos

A explosão destruiu as janelas dos edifícios próximos no bairro de Imam Ali de Rafah, de acordo com testemunhas

Cairo - Os insurgentes islamitas atacaram mais uma vez nesta quarta-feira (11/9) o exército egípcio na península instável do Sinai, onde seis soldados morreram em dois atentados com carros-bomba durante uma operação militar contra os grupos radicais. "Islamitas terroristas cometeram esta manhã um ataque covarde com dois carros repletos de explosivos. Seis soldados morreram e 17 pessoas ficaram feridas, incluindo sete civis", afirma um comunicado militar.



Há seis dias, o ministro do Interior Mohamed Ibrahim escapou ileso de um atentado com carro-bomba. Ibrahim é um dos principais idealizadores da campanha de repressão que deixou, desde 14 de agosto, pelo menos mil mortos, em sua imensa maioria manifestantes favoráveis a Morsy. O atentado foi reivindicado por um grupo jihadista do Sinai ligado à Al-Qaeda, Ansar Beit al-Maqdes, como forma de vingar a morte dos manifestantes islamitas.

O grupo ameaçou executar novos ataques contra as forças de segurança, o ministro do Interior e o general Abdel Fatah al-Sisi, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e homem forte do governo. Os militares, que destituíram e prenderam Morsy, o único chefe del Estado eleito democraticamente no Egito, estabeleceram um governo de transição responsável de organizar eleições legislativas e presidenciais para o início de dezembro de 2014.

Mas desde 14 de agosto, o exército e a polícia executam uma campanha repressiva contra os partidários de Morsy, sobretudo os membros da Irmandade Muçulmana, movimento do ex-presidente. Os ativistas mais ativos da Irmandade Muçulmana foram dizimados e os dirigentes do movimento foram detidos, acusados de "assassinato" e "incitação e assassinato".