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Presidente chileno pede reconciliação nos 40 anos do golpe de Pinochet

Durante os últimos eventos públicos, Piñera deu maior ênfase às responsabilidades dos políticos da ditadura e aos "cúmplices passivos" no abuso dos direitos humanos

Santiago - O presidente do Chile, Sebastian Piñera, fez um apelo pela reconciliação nacional e superação dos traumas do passado nesta quarta-feira (11/9), no 40; aniversário do golpe de Estado que instalou a ditadura de Pinochet. "Chegou a hora, depois de 40 anos, não de esquecer, mas de superar os traumas do passado", declarou Piñera no palácio de La Moneda, onde liderou uma celebração em memória das vítimas mortas em 11 de setembro de 1973, quando o palácio foi bombardeado por ar e por terra no dia do golpe de Estado que instalou a ditadura.



Também se referiu ao papel dos jornalistas e juízes da época, o que motivou um reconhecimento por parte do Supremo Tribunal Federal de suas omissões na proteção das vítimas da ditadura, depois de rejeitar milhares de habeas corpus em seu favor. Ele reiterou nesta quarta-feira a sua condenação àqueles diretamente responsáveis pela violação dos direitos humanos no Chile, mas "também àqueles que poderiam ter feito mais, porque tinham cargos de responsabilidade, influência ou investidura, e que simplesmente não o fizeram".

"A fim de continuar conciliando o nosso país, vamos ter que continuar avançando no caminho da verdade e da justiça", acrescentou. O golpe de Estado de Pinochet, em 11 de setembro de 1973, derrubou o governo socialista de Salvador Allende e instalou uma ditadura de 17 anos, que deixou mais de 3.200 mortos e 38 mil torturados. Na segunda-feira, Piñera e a oposição de centro-esquerda relembraram em dois eventos diferentes o aniversário do golpe de Estado, mostrando que a data ainda divide a sociedade chilena .