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Onze de setembro: o dia em que as ruas do Chile ficam vazias

Apesar de já terem se passado 40 anos do golpe de Estado e de o país acumular 23 anos de democracia, os chilenos assumem essa data como um dia perigoso



-- Um trauma do passado --

Os primeiros protestos convocadas pelo 11 de setembro foram em 1983, uma década depois do golpe. Nesse ano, iniciou-se uma tímida oposição nas ruas, sobretudo, nas comunidades periféricas mais pobres, como La Victoria, Villa Francia, ou Lo Hermida.

Eram famosos os apagões causados pelas correntes que os manifestantes jogavam na fiação elétrica, as barricadas e os confrontos com a polícia, que, nos tempos da ditadura, deixavam dezenas de mortos.

Chegada a democracia, em 1990, a data se tornou um resíduo da luta nas ruas contra o legado da ditadura, misturado à delinquência, que aproveita a ocasião para fazer saques e destruir.

Para hoje, o governo direitista de Sebastián Piñera anunciou a mobilização extra de 8.000 policiais em Santiago para proteger a cidade e um esquema especial para o transporte público.

No início do dia, foram registrados alguns incidentes em comunidades da periferia. Pelo menos 68 pessoas foram presas, e cinco veículos, queimados.