"As declarações do regime sírio são certamente muito úteis, mas sem dúvida insuficientes", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Philippe Lalliot, que chamou de "farsa" as exigências feitas por Damasco em troca de sua adesão à Convenção.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, declarou na quinta-feira que seu país aceitaria colocar sob controle internacional o seu arsenal químico, mas apenas se os Estados Unidos e a França "pararem de ameaçar" o regime com ataques e "pararem de fornecer armas aos terroristas".
"Nós não podemos contar com uma declaração de intenções do regime sírio. Ele deve assumir compromissos, e estes devem ser fixados, monitorados, verificados", indicou o porta-voz, enquanto prosseguem as negociações em Genebra entre americanos e russos sobre a questão.
"Precisamos de uma resolução, porque, pela sua natureza, é um documento vinculante. Qualquer outro texto no Conselho é insuficiente, especialmente uma declaração presidencial" como a que "os russos gostariam de apresentar", acrescentou à imprensa.
A França apresentou um projeto de resolução à ONU sobre as armas químicas na Síria com base "no capítulo VII" da Carta das Nações Unidas, autorizando medidas coercivas em caso de desrespeito aos compromissos firmados. Moscou considerou este projeto "inaceitável" e as discussões iniciadas na terça-feira avançam agora em Nova York.
O porta-voz francês insistiu ainda na necessidade de um calendário para colocar sob controle o arsenal químico sírio e sobre o fato de que não deve haver impunidade para os autores do ataque de 21 de agosto perto de Damasco.
Este ataque é atribuído por Washington e Paris ao regime do presidente Assad. Damasco e Moscou declaram, por sua vez, se tratar de uma provocação por parte da rebelião para provocar uma intervenção militar ocidental.