Agência France-Presse
postado em 14/09/2013 21:57
Buenos Aires - Milhares de fiéis católicos assistiram neste sábado (14/9) à beatificação do cura argentino José Brochero, morto de lepra em 1914, em uma missa presidida pelo cardeal Angelo Amato, enviado do Papa Francisco.A celebração aconteceu na província de Córdoba, 700 km ao norte de Buenos Aires.
"Acolhendo o desejo de muitos irmãos e fiéis e depois de ter ouvido o parecer da Congregação para a Causa dos Santos, concedemos que o venerável servo de Deus José Gabriel Brochero (...) seja chamado beato de agora em diante", ressaltou o papa Francisco, em carta lida por Amato.
Uma multidão estimada em cerca de 150 mil peregrinos ovacionou a beatificação do chamado "Cura Gaúcho", a primeira no país sul-americano sob o papado de Francisco, em uma missa realizada em plena serra cordobesa. Foi lá que o beato cumpriu sua missão religiosa.
Depois de um longo processo de canonização, o Vaticano reconheceu Brochero por um milagre ocorrido em 2000, e o papa Bento XVI assinou sua beatificação no final de 2012.
Nicolás Flores Violino, de 13 anos, o menino cuja cura após um grave acidente de trânsito é atribuída a um milagre do sacerdote Brochero, foi o encarregado de levar as relíquias do beato até o altar, em um dos momentos mais emocionantes da cerimônia.
A causa pela beatificação foi iniciada em 1965, mas apenas em 2012 uma junta médica do Vaticano aprovou por unanimidade que a cura do menino fosse atribuída ao padre.
Nicolás tinha 11 meses, quando sofreu um grave acidente de carro, junto com a família. Nele, perdeu massa encefálica, mas seu pai invocou a cura a Brochero. Semanas depois, o médico que tratava do bebê anunciou que ele sobrevivera, apesar de todos os prognósticos negativos.