Agência France-Presse
postado em 15/09/2013 15:15
Al Hillah - Uma onda de ataques, incluindo 17 com carros-bomba, deixou cerca de 50 mortos e mais de 130 feridos neste domingo (15/9) no Iraque, segundo um registro estabelecido com base em fontes médicas e policiais.
Mais de dez localidades foram atingidas por esses ataques. O pior deles foi registrado na cidade de maioria xiita de Hilla, no sul, onde quatro carros-bomba explodiram, matando 19 pessoas.
"Eu vi várias pessoas com queimaduras, e outra em chamas, gritando por ajuda", contou Sajjad al-Amari, de 22 anos, testemunha de um dos atentados no subúrbio de Hilla contra dois prédios municipais.
Já Karrar Ahmed disse à AFP que tinha visto "vários comerciantes jogados no chão" com o impacto da explosão.
Ele denunciou a incompetência dos serviços de segurança que "permitem aos terroristas atacar, e matar civis".
A violência no país havia diminuído desde seu período de maior intensidade entre 2006 e 2007, mas se intensificou nos últimos meses, tornando-se quase diária. Desde o início do ano já deixou mais de 4.100 mortos, segundo um registro estabelecido pela AFP com base em fontes médicas e policiais.
Os atentados de domingo, que não foram reivindicados até o momento, tiveram como alvos principalmente bairros xiitas.
Em Bagdá, um carro-bomba explodiu na passagem do comboio do líder da assembleia provincial da capital iraquiana, Riyadh al-Adhadh, um sunita, que escapou ileso do atentado. Duas pessoas, incluindo um de seus seguranças, também morreram e quatro ficaram feridas.
A explosão estilhaçou as janelas de lojas e edifícios próximos, e a área foi isolada pela polícia.
Outro carro-bomba matou três pessoas neste domingo em Bagdá. Um outro veículo explodiu em um mercado nos arredores de Basra (sul), causando a morte de três pessoas e deixando 15 feridos, de acordo com as autoridades locais.
Outros atentados ao sul de Bagdá deixaram nove vítimas fatais, e vários ataques a bombas na periferia das cidades do norte e do oeste de Abu Ghraib, Baquba, Sharqat, Kirkuk e Mossul, mataram dez pessoas.
A recente onda de violência no país é considerada uma reação da comunidade sunita ao governo do primeiro-ministro xiita, Nuri al-Maliki. O governo é acusado de não tomar providências para evitar a marginalização dos sunitas.
Segundo analistas, essa revolta é um terreno fértil para grupos insurgentes.