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NSA é suspeita de interceptar comunicações de África e Oriente Médio

A espionagem teria sido realizada através da operadora belga de telefonia Belgacom. O governo belga indicou que se "o envolvimento em um alto nível de outro país" se confirmar, "tomará as medidas apropriadas"

Agência France-Presse
postado em 16/09/2013 09:45
A operadora belga de telefonia Belgacom anunciou nesta segunda-feira (16/9) que seu sistema informático foi vítima de uma intrusão que, segundo um jornal belga, seria obra da Agência de Segurança Nacional americana (NSA) para interceptar comunicações da África e do Oriente Médio. A Belgacom apresentou uma demanda em 19 de julho por "acesso não autorizado" ao seu sistema informático interno, indicou a procuradoria belga.

"A investigação demonstra que hacking só pode ser alcançado utilizando importantes meios financeiros e logísticos pelos intrusos. Este dado, assim como a complexidade técnica do hacking (entre outros, o uso de um malware - programa mal-intencionado - específico e de técnicas de encriptação avançadas) e sua amplitude orientam as investigações em direção a uma operação internacional de espionagem estatal", disse a procuradoria federal.

"Com base nas informações que dispomos atualmente, o objetivo deste hacking é, ao que parece, juntar informações estratégicas, e não cometer atos de sabotagem ou causar danos econômicos ou outros. Os próximos passos da investigação deverão demonstrar se estas primeiras constatações podem ser confirmadas", acrescentou.



O governo belga indicou em um comunicado que se "o envolvimento em um alto nível de outro país" se confirmar, "tomará as medidas apropriadas", sem citar os Estados Unidos ou outro país. A Belgacom, que pertence de forma majoritária ao Estado belga, confirmou que encontrou "rastros de uma intrusão digital no sistema informático interno da empresa" e disse que apresentou uma "demanda contra X".

O jornal De Standaard indicou que se trata efetivamente de uma operação da NSA que começou em 2011, ao menos, embora não tenha revelado suas fontes. Segundo o jornal, a agência de inteligência americana, cujas atividades de espionagem em escala mundial foram reveladas pelo ex-consultor Edward Snowden, se interessava, em particular, por uma das filiais do grupo belga, Belgacom International Carrier Services (BICS).

A BICS, controlada por Belgacom, Swisscom e pelo sul-africano MTN, é um importante ator na transferência de dados de voz, de mensagens de texto ou tráfego de internet entre operadores de telefonia fixa ou móvel do mundo inteiro, em particular na África e no Oriente Médio. "São, essencialmente, comunicações com números de países como Iêmen, Síria ou outros Estados" considerados marginais pelos Estados Unidos, segundo o De Standaard.

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