Mundo

Grande coalizão dirigida por Merkel é cada vez mais provável na Alemanha

O jornal também ressaltou que, ante a debilidade dos liberais, os sociais-democratas já se preparam para governar com Merkel

Agência France-Presse
postado em 17/09/2013 15:10
A cinco dias das eleições legislativas alemãs, os conservadores da chefe de governo, Angela Merkel, e a oposição social-democrata permanecem estáveis, o que reforça a possibilidade de uma grande coalizão entre os dois partidos ante a debilidade dos liberais, atuais sócios da chanceler, opinam especialistas.

Com base nas últimas pesquisas, o resultado das eleições legislativas será uma grande coalizão, como a que governou a Alemanha entre 2005 e 2009, afirmou nesta terça-feira o jornal Suddeutsche Zeitung (centro-esquerda).

O jornal também ressaltou que, ante a debilidade dos liberais, os sociais-democratas já se preparam para governar com Merkel.

"A menos de uma semana das eleições, os sociais-democratas já se distribuem nos postos" no governo, antecipando esta grande coalizão, escreveu o Suddeutsche Zeitung, segundo o qual o SPD pode exigir seis cargos ministeriais.

Segundo uma pesquisa do instituto Forsa para a revista Stern, a CDU/CSU de Merkel permanece na liderança com 39% das intenções de voto, mas seu aliado liberal na coalizão registrou queda de um ponto, a 5%, o limite necessário para ter deputados no Parlamento.

Os sociais-democratas do SPD permanecem com 25% e não parecem afetados pela polêmica provocada por seu candidato Peer Steinbrück, que apareceu em uma foto fazendo um gesto obsceno com um dedo.

A esquerda radical Die Linke continua com 10% e os Verdes com 9%, segundo a pesquisa.



O instituto Forsa não prevê maioria para o bloco de direita (CDU/CSU, liberais), que receberia 44% dos votos, nem para a aliança SPD, Verdes e Die Linke, que também ficaria com 44%.

É com base nestes números que uma maioria dos especialistas antecipa que o resultado mais plausível será uma grande coalizão entre conservadores de Merkel e sociais-democratas.

Em todo caso, 53% dos alemães querem conservar Merkel como chanceler e apenas 26% gostariam de um executivo dirigido por Peer Steinbruck, segundo esta pesquisa.

Na noite de segunda-feira, Merkel lançou um sinal de ambiguidade: ela não ajudará seu pequeno sócio liberal, que está representado em apenas nove parlamentos regionais - de um total de 16 - após uma série de derrotas eleitorais.

"Não temos votos para dar a eles", disse a chefe de Governo depois que os líderes do FDP convocaram os simpatizantes de direita a compartilharem seus votos entre a CDU/CSU e os liberais para salvar a coalizão no poder.

Nas legislativas alemãs, os eleitores têm dois votos, um para um deputado e o outro para um partido, e podem dividi-los como desejarem.

Até agora, os conservadores se beneficiaram da grande popularidade de Merkel. Mas sobre o FDP pesa "uma direção relativamente pouco simpática, disputas de pessoas e erros políticos cometidos no início da legislatura", explicou à AFP o cientista político Siegmar Schmidt, da Universidade de Landau.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação