postado em 17/09/2013 17:13
Pelo menos dois milhões de pessoas se infectam todos os anos nos Estados Unidos com micróbios resistentes a antibióticos e 23 mil morrem vítimas destas infecções, revelou um novo estudo.Os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC) informaram que estes números são apenas uma estimativa conservadora. Entre outras razões, porque procedem apenas de infecções registradas em hospitais e não respondem àquelas que ocorrem em casas de repouso ou outras instalações sanitárias.
Os números reforçam a importância de se evitar o uso sem controle de antibióticos.
Em metade dos casos estudados, o uso de antibióticos era desnecessário ou até mesmo inapropriado, como em infecções virais, por exemplo, afirmaram os cientistas.
O estudo também adverte para os riscos de se esgotarem os tratamentos eficazes, enquanto o número de novos antibióticos em desenvolvimento não consegue atender às necessidades de curto prazo.
"Se não formos cuidadosos, em breve estaremos em uma era pós-antibiótica", disse o diretor dos CDC, Tom Frieden. "E de fato, para alguns pacientes e alguns micróbios, já estamos lá. Perder tratamento eficaz não só minará nossa habilidade para combater infecções de rotina, mas também terá sérias complicações, sérias implicações, para as pessoas que tem outros problemas médicos", afirmou.
A maioria dos 18 micróbios incluídos no estudo é comum e foi dividida em três categorias, dependendo de seu grau de risco: urgente, preocupante e importante.
Dentro do grupo urgente, há três de interesse particular, afirmou: são as chamadas enterobactérias resistentes a carbapenemas (ERC), a bactéria ;Clostridium difficile; e a gonorreia resistente a medicamentos.
O primeiro deles é uma "bactéria do terror" capaz de resistir essencialmente a todos os antibióticos e matar as pessoas que a trazem no sangue.
A C. difficile é causadora de uma infecção grave, que traz riscos de vida, associada a 14 mil mortes e um 250.000 hospitalizações ao ano.
No caso da gonorreia, há mais de 800 mil infecções registradas nos Estados Unidos todos os anos, com uma proporção crescente do tipo resistente a toda a medicação disponível.
A forma de combater todas elas é prevenir a infecção e disseminar a resistência, por meio de imunização, de um preparo adequado dos alimentos e da higienização das mãos, informou os CDC.