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Bangladesh tem violentas manifestações após condenação de líder islamita

Um homem morreu atingido por pedradas em um protesto em Talerchar, no sul do país, de acordo com informações da polícia

Agência France-Presse
postado em 18/09/2013 09:40
Dacca - Uma pessoa morreu nesta quarta-feira (18/9) nos confrontos em Bangladesh entre a polícia e os manifestantes que protestavam contra a condenação à morte de um dirigente do principal partido islamita do país. O partido Jamaat-e-Islami convocou uma greve para protestar contra a condenação à pena capital de Abdul Quader Molla por atos cometidos na guerra de independência, no início dos anos 1970, uma sentença que também foi questionada por grupos de defesa dos direitos humanos como a Anistia Internacional.

A vítima dos confrontos foi um condutor de riquixá, atingido por pedradas em uma manifestação em Talerchar, sul do país, informou a polícia. Outras cidades também tiveram protestos e na capital Daca os manifestantes jogaram explosivos de fabricação caseira contra a polícia.

Na terça-feira (17/9), o Supremo Tribunal revisou a pena inicial de Abdul Quader Molla, dirigente do partido Jamaat-e-Islami, que era de prisão perpétua. O veredicto havia sido pronunciado em fevereiro pelo controverso "Tribunal Internacional de Crimes" (ICT). A condenação à prisão perpétua de fevereiro provocou manifestações violentas. Dezenas de milhares de opositores do partido islamita saíram às ruas para pedir a execução de Quader Molla.



Várias decisões posteriores do tribunal, que condenou à pena capital outros dirigentes do partido islamita, provocaram a revolta dos islamitas e levaram a meses de violência que deixaram mais de 100 mortos em confrontos com a polícia. Durante a intervenção da Índia ao final do conflito de 1971, que provocou a derrota iminente do Paquistão, as milícias pró-Islamabad massacraram dezenas de professores, cineastas, médicos e jornalistas.

O ICT foi criado em março de 2010 pelo governo, que considera necessários os processos para cicatrizar as consequências da guerra da independência. Mas o Jamaat-e-Islami acusa o governo de ter criado este tribunal - que apesar do nome não tem supervisão de instituições internacionais - por motivos políticos, já que a maioria dos acusados pertence à oposição.

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