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Advogada iraniana defensora dos Direitos Humanos é libertada

Também foram libertados outros presos detidos nas manifestações que ocorreram após a polêmica eleição do ex-presidente Mahmud Ahmadinejad em 2009

Agência France-Presse
postado em 18/09/2013 14:49
Teerã -A advogada iraniana Nasrin Sotoudeh, que estava presa por seu trabalho em favor dos direitos humanos desde agosto de 2010, foi anistiada e libertada nesta quarta-feira (18/9), uma semana antes de um discurso muito esperado na ONU do novo presidente Hassan Rohani.

Rohani, um religioso moderado eleito em junho, prometeu mais liberdade em seu país, onde milhares de pessoas foram presas durante a repressão a um movimento contra o governo que se seguiu à polêmica reeleição do ex-presidente Mahmud Ahmadinejad em junho de 2009.

Também foram libertados nesta quarta outros 13 presos detidos nas manifestações de 2009. Entrevistada pela AFP após ser libertada, Sotoudeh confirmou ter sido "solta definitivamente". Ela recebeu a "permissão" para retomar o seu trabalho como advogada e continuará a defender os direitos humanos, assegurou.

Ela declarou estar "bem fisicamente e psicologicamente", apesar das precárias condições de detenção, principalmente em razão da "pressão psicológica, da atmosfera na prisão e do fato de não conseguir telefonar".

Sotoudeh foi condenada a onze anos de prisão por defender prisioneiros políticos e por fazer parte de pertencer ao Centro dos Defensores dos Direitos Humanos (CDDH), da prêmio Nobel da Paz Shirin Ebadi. Ela era acusada de "conspirar contra a segurança do Estado".



No ano passado, ganhou o Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu pela liberdade de consciência. Encarcerada na prisão de Evine, no norte de Teerã, a advogada realizou uma série de greves de fome para protestar contra as condições de sua prisão.

Entre os demais presos políticos libertados com Sotoudeh, estão o vice-ministro das Relações Exteriores do presidente Mohammed Khatami, Mohsen Aminzadeh, o líder reformista Fayzollah Arabsorkhi e a jornalista Mahsa Amirabadi.

A ONU, a União Europeia (UE) e as principais organizações de direitos humanos a consideravam uma prisioneira política e pediram sua libertação.

O chefe da diplomacia britânica, William Hague, comemorou a libertação, dizendo "esperar ver novas mudanças no Irã sob o governo de Rohani".

A Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH) e a Anistia Internacional pediram a "libertação de todos os prisioneiros de consciência".

Essa libertação está ligada ao discurso que será pronunciado pelo presidente Rohani diante da Assembleia Geral das Nações Unidas em 24 de setembro, segundo uma fonte ligada à presidência.

O novo presidente adotou uma postura de abertura política e pretende negociar com as grandes potências ocidentais sobre o seu programa nuclear.

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