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Primeiro-ministro japonês ordena solução para vazamento em Fukushima

Segundo Shinzo Abe, a água radioativa filtrada estava "bloqueada em um espaço de 0,3 km2 do porto da central"

Agência France-Presse
postado em 19/09/2013 08:35

Fukushima - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ordenou à empresa que administra a central nuclear de Fukushima, a Tepco, que apresente uma solução ao problema do vazamento de água radioativa e estabeleça um calendário, durante uma visita ao local nesta quinta-feira (19/8).

Trata-se da segunda visita que Abe realiza ao complexo nuclear arrasado pelo tsunami de 11 de março de 2011 desde que assumiu o cargo em 26 de dezembro. A primeira foi realizada três dias depois da contundente vitória do Partido Liberal Democrata (PLD, direita). "Vou esforçar-me para calar os boatos que questionam a segurança da central", afirmou aos jornalistas que o acompanhavam, em um momento de muitas críticas da imprensa internacional e da oposição japonesa às declarações tranquilizadoras de Abe ao COI.


[SAIBAMAIS] Abe também pediu ao presidente da Tepco, Naomi Hirose, uma provisão adicional de 10 bilhões de dólares para enfrentar as necessidades de segurança mais urgentes até o fim do ano fiscal 2014-2015.

O chefe de Governo japonês, que visitou a central com um traje de proteção integral contra a elevada radioatividade do local, ficou poucos minutos em Fukushima Daiichi. Mas o primeiro-ministro também é alvo de críticas por ter afirmado, em 7 de setembro ante o Comitê Olímpico Internacional (COI), que a situação está "sob controle".

O primeiro-ministro japonês foi a Buenos Aires para defender a candidatura de Tóquio para organizar os Jogos Olímpicos de 2020 e lá assegurou que a água radioativa filtrada estava bloqueada. As declarações surpreenderam muitos japoneses e o Nikkei, o principal jornal econômico do país escreveu que as ações empreendidas não estão à altura da situação. "O primeiro-ministro afirmou ante o COI que o problema da água de Fukushima está sob controle, mas não são de palavras bonitas que precisamos e sim de medidas concretas", destacou o jornal. Apesar disso, Abe reiterou nesta quinta que a água radioativa filtrada estava "bloqueada em um espaço de 0,3 km2 do porto da central".

"O futuro do Japão depende de vocês. O governo avançará e tomará medidas concretas", afirmou ainda falando aos trabalhadores da usina. O primeiro-ministro também verificou o sistema de descontaminação ALPS, um dispositivo que ainda não está operacional 100%, mas que deve filtrar a maioria dos elementos radioativos da água, exceto o césio, eliminado por outro dispositivo, e o trítio. Por outro lado, a autoridade independente de regulação nuclear iniciou na quarta-feira um estudo sobre a presença de césio no fundo do mar em uma zona de 1.000 km2 frente à central.

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