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Novo parlamento ruandês tem cerca de 64% dos assestos ocupados por mulheres

As mulheres reforçaram sua presença nestas eleições, realizadas de 16 a 18 de setembro, e ocuparão 51 dos 80 assentos

Kigali - Cerca de 64% dos assentos do novo Parlamento ruandês, escolhido nas eleições realizadas nesta semana, estarão ocupados por mulheres, um caso único no mundo, anunciou nesta quinta-feira (19/9) a Comissão Eleitoral Nacional (CEN). Já a Frente Patriótica Ruandesa (FPR), do presidente Paul KAgame, que está no poder de forma ininterrupta desde 1994, será a principal força do novo parlamento, com 76,22% dos votos, acrescentou a CEN.

[SAIBAMAIS]As mulheres reforçaram sua presença nestas eleições, realizadas de 16 a 18 de setembro, e ocuparão 51 dos 80 assentos, o que representa 63,75%, contra 56,3%% da legislatura anterior, explicou à AFP o secretário-executivo da CEN, Charles Munyaneza. Embora 30% dos assentos parlamentares - 24 no total - estejam reservados às mulheres por um sistema de cotas, as ruandesas conquistaram a maioria (27) dos 53 assentos reservados aos partidos políticos atribuídos nas eleições, segundo as projeções comunicadas pela CEN.



A União Interparlamentar (UIP), com sede em Genebra, que comemora estes resultados, os explica pela "incorporação das mulheres nos partidos eleitorais no âmbito do sistema de representação proporcional utilizado em Ruanda". "Isto reflete a vontade política de colocar as mulheres em pé de igualdade com os homens na representação política e uma forte presença de mulheres no panorama político", disse Zeina Hilal, funcionária do programa de gênero da UIP, que destacou que a sociedade ruandesa "também se tornou muito mais receptiva às mulheres como políticas". Desde o fim do genocídio, que deixou cerca de 800.000 mortos no país, o governo ruandês adotou uma série de medidas em favor da igualdade entre os sexos.